Em fevereiro, as vendas no mercado de carro usado – que registraram 2.507.719 unidades – fecharam em alta. E teve crescimento por todos os lados, seja na comparação com janeiro (4,6%), quanto em relação a fevereiro de 2024 (12,1%) e no acumulado do ano, onde subiu 7%. Muito disso, a princípio, se deve ao alto preço cobrado pelas montadoras pelo zero km. No segmento de SUVs, por exemplo – o mais bombado do Brasil -, os mais baratos custam, em média, R$ 100 mil. E, desse modo, o Jornal do Carro decidiu listar três utilitários usados que são boas opções em 2025.
De fato, muita gente teme os veículos de segunda mão, por conta de desvalorização, falta de qualidade dos serviços de pós-vendas, indisponibilidade de peças, e por aí vai. Por isso, a ideia do JC foi não apenas cravar como boa compra o modelo mais barato, mas trazer uma espécie de análise de cada carro listado.
Deixe de lado as unidades extremamente rodadas. Afinal, a dica é ter algo mais sólido, e que o comprador possa, de fato, confiar. Assim, a seleção aqui publicada optou por modelos mais conservados, que tenham predicados como bom desempenho, consumo e lista de itens de série, espaço no porta-malas, manutenção fácil, e outros pontos fundamentais aos olhos do consumidor.
Cuidados prévios
Antes de escolher o carro usado e fechar negócio, no entanto, existem algumas regras fundamentais. Por exemplo, o primeiro passo é ter em mente a faixa de preço que cabe no seu bolso. Afinal, ter carro não é só pagar a prestação, pois há custos com seguro, IPVA, combustível, manutenção (cheque sobre reposição de peças), possíveis consertos, e outros fatores. Analise tudo com calma para evitar surpresas desagradáveis no futuro.
Depois de tudo isso, é hora de pensar no tipo de carro. Saiba o que quer. Existem carros que oferecem mais espaço, outros prezam pela tecnologia, etc. Com isso em mente, hora de pesquisar. Porém, antes de assinar contrato, sempre solicite o histórico de manutenção do veículo, examine as condições das partes internas e externas e, por fim, opte por fazer o test-drive. Afinal, esse é o ponto crucial para avaliar o funcionamento em geral e entender se o carro se encaixa à você e vice-versa.
Honda HR-V
Você pode nunca ter ouvido falar, mas a frase “Honda e Toyota são inimigos de mecânicos” é bem comum no mundo dos carros. Por isso, impossível não incluir o Honda HR-V nessa lista de dicas de carro usado. A primeira geração oferecida no Brasil, no começo de 2015, fez enorme sucesso. Ao contrário de hoje em dia, o SUV era destaque de vendas e sempre ocupava as primeiras posições (e o topo) do pódio. Até porque as opções era limitadas, com Ford Ecosport, Renault Duster e o então recém-lançado Jeep Renegade.
Hoje, um modelo 2016 custa média de R$ 90 mil. Mais caro do que os R$ 84.065 da Tabela Fipe – pesquisa realizada na tarde de quinta-feira (13) -, todavia, bem mais barato que um zero-km. Afinal, hoje, o SUV vai de R$ 156.100 a R$ 204.200. Mesmo usado pode não ser barato, mas trata-se de um carro bastante valorizado. Isso se deve, a princípio, à boa reputação da marca, o que gera baixa depreciação.
Além de mais charmoso e diferenciado (há quem diga que o atual HR-V ficou muito comum), o modelo antigo já oferecia itens como ar-condicionado, freio de estacionamento por botão, ajustes de altura e profundidade do volante, Isofix, auto hold, controles de tração e de estabilidade e tela central. Algo atual mesmo dez anos depois. Afinal, tem carro zero por aí que não tem tudo isso.
Em medidas, tem 4,29 metros de comprimento, 1,77 m de largura, 1,58 m de altura e espaço de 2,61 m entre os eixos. Bastante satisfatório, afinal, o usado tem o mesmo espaço oferecido pelo Peugeot 2008. No porta-malas, por fim, o HR-V leva bons 437 litros. Falando em motorização, todavia, o modelo 2015 não é tão moderno quanto alguns propulsores disponíveis hoje em dia.
- Motor: 1.8 aspirado flex
- Potência: 139 cv (etanol)/140 cv (gasolina)
- Torque: 17,4 mkgf (etanol)/17,3 mkgf (gasolina) a 5.000 rpm
- Câmbio: CVT
- Consumo:
Etanol: 7,1 km/l (cidade) e 8,5 km/l (estrada)
Gasolina: 10,5 km/l (cidade) e 12,1 km/l (estrada) - Preço médio: R$ 90 mil (2016)
Volkswagen T-Cross
Demorou bastante, mas a resposta da Volkswagen em forma de SUV compacto chegou. Para brigar num segmento iniciado pelo Ford EcoSport no começo dos anos 2000, a VW lançou, em fevereiro de 2019, o T-Cross. O sucesso não foi imediato, mas, já em 2020, conquistou o título de SUV mais vendido do Brasil. Pouco desvalorizado, no mercado de usado custa acima da Fipe. Em uma breve busca nota-se que as revendas pedem média de R$ 95 mil por uma unidade 200 TSI, 2020. Bem acima dos R$ 88.719 da tabela. Zero-km, vai de R$ 119.990 a R$ 184.490.
Com cerca de 500 concessionárias espalhadas pelo Brasil, a VW é sinônimo de confiança para o consumidor brasileiro. Afinal, o sucesso da marca vem desde os tempos de Fusca e Gol, que sempre tiveram fama de ser pau para toda obra e, de quebra, contavam com manutenção barata. Por outro lado, essa fama faz do seguro dos modelos da fabricante um dos mais caros da indústria em seus respectivos segmentos.
Na lista de equipamentos, todas as versões do Volkswagen T-Cross 2020 são equipadas de série com seis airbags, controles de estabilidade e tração, bloqueio eletrônico do diferencial, direção elétrica, volante com ajustes de altura e profundidade, sensor de estacionamento dianteiro, Isofix, faróis de neblina, luzes de rodagem diurna em LED, ar-condicionado, entre outros. E tem bom espaço. Mede 4,20 metros de comprimento, 1,56 m de altura, 1,76 m de largura e 2,65 m de distância entre-eixos. Porta-malas: 420 litros.
- Motor: 1.0 turboflex (3 cilindros)
- Potência: 128 cv (etanol) / 116 cv (gasolina)
- Torque: 20,4 mkgf a 2.000 rpm
- Câmbio: automático Tiptronic de seis marchas
- Consumo:
Etanol: 7,8 km/l (cidade) e 9,4 km/l (estrada)
Gasolina: 11,1 km/l (cidade) e 13,3 km/l (estrada). - Preço médio: R$ 95 mil (2020)
Nissan Kicks
Durante os Jogos Olímpicos de 2016, no Rio de Janeiro, o Nissan Kicks causou frisson. O SUV, lançado pouco tempo depois (começou em agosto, importado do México), é outra boa opção na lista do usado para quem tem cerca de R$ 80 mil e opte por um modelo SL 2017. Na Fipe custa R$ 78.493.
Tem baixo custo de manutenção e preços de revisões competitivos, sem contar o espaço digno e o desempenho satisfatório. Tem, a princípio, 4,29 metros de comprimento, 1,76 m de largura, 1,59 m de altura e 2,62 m de entre-eixos. E, porta-malas, cabem até 432 litros.
Na lista de equipamentos, o SUV agrada. O Kicks tem câmeras de 360 graus, airbags frontais, laterais e de cortina, bem como chave presencial, sensor de estacionamento, central multimídia e partida de motor por botão.
Apesar de renovado, o Nissan Kicks zero-km já é considerado um produto relativamente velho no mercado. O visual mudou pouco (muita gente, aliás, o achava mais bonito antes da reestilização), mas tão pouco que até o motor permaneceu praticamente igual. Até hoje, a marca apenas prometeu o eletrificado e-Power. O carro, neste ano, vai mudar de geração e o modelo atual ficará como porta de entrada da marca para o mundo dos SUVs. Desse modo, assim como aconteceu com o Versa, não demora muito a sair de linha para dar espaço total ao novato. Em síntese, pode não ser negócio optar pelo modelo novo (R$ 117.990 a R$ 146.790), mas o usado compensa.
- Motor: 1.6 aspirado fex
- Potência: 114 cv
- Torque: 15,5 mkgf a 4.000 rpm
- Câmbio: CVT
- Consumo:
Etanol: 7,7 km/l (cidade) e 9,4 km/l (estrada)
Gasolina: 11,4 km/l (cidade) e 13,7 km/l (estrada) - Preço médio: R$ 80 mil (2017)
Siga o Jornal do Carro no Instagram!
