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A Renault venderá sua participação na Nissan?

No setor automotivo, a Nissan está no centro das especulações sobre novas alianças. Após recusar se juntar com a Honda, a montadora agora flerta com a Foxconn, que busca adquirir os 36% de participação da Renault na japonesa. Maior fabricante de componentes do mundo, a Foxconn produz gadgets, computadores e até iPhones.

O anúncio foi feito pelo presidente da empresa de tecnologia, Young Liu, durante uma reunião com jornalistas na sede da empresa, em Nova Taipei, capital de Taiwan. A notícia chega em um momento delicado para a Nissan, que vem enfrentando uma crise global com cortes de funcionários e redução de salários para gerentes.



Foto de: Jeff Perez / Motor1

Plano será de cooperação

O presidente Liu disse que está disposto a cooperar tanto com a Nissan quanto com a Honda, mas, acima de tudo, ele está determinado a ter um plano de negócios claro na mesa. “Se houvesse uma necessidade operacional”, disse ele, “nós a consideraríamos, mas nosso objetivo não é comprar ações: queremos cooperar”.

Apesar de sua cautela, a Foxconn não descartou a possibilidade de negociar diretamente com a Renault os 36% da Nissan que estão divididos entre uma participação direta (18,7%) e uma parte colocada em um fundo francês. A Nissan está capitalizada em quase US$ 10 bilhões, portanto o valor da participação do grupo francês é de cerca de US$ 3,5 bilhões e a venda poderia ser útil para investir em novos projetos.



Renault 4 E-Tech electric apresentado em Paris

Foto de: Jason Vogel

Tarifaço pode prejudicar as coisas 

A possível colaboração com a Nissan ocorre em um momento em que a Foxconn precisa lidar com as supertarifas que o presidente dos EUA, Donald Trump, anunciou e depois suspendeu até 4 de março.

Trata-se de uma tarifa geral de 25% sobre todas as importações dos EUA provenientes do México e do Canadá. No entanto, Young Liu tranquilizou os jornalistas explicando que a produção do iPhone da Apple ocorre tanto nos EUA quanto no México, portanto, “dependendo das tarifas”a Foxconn planejará “diferentes capacidades de produção”.

Para outros produtos, a produção dependerá de uma produção localizada no mercado dos EUA, e é aí que a marca japonesa pode virar uma opção interessante, já que conta com 4 unidades produtivas nos Estados Unidos.

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