O mercado de SUVs no Brasil vem em uma crescente contínua. Em 2024, os SUVs representaram 48,22% das vendas de veículos leves em todo o país, com 939.279 unidades emplacadas em um mercado de 2.484.740, desbancando os sedãs. E após o sucesso nas vias urbanas, os modelos alcançaram a principal categoria do automobilismo brasileiro: a Stock Car.
Após 40 anos apostando nos sedãs, a Stock Car decidiu adaptar a categoria às tendências do mercado automotivo e à popularidade dos modelos. Além disso, os antigos motores V8 agora dão lugar a motores 2.1 com 500 cv de potência. Três modelos darão início a essa transição: o Chevrolet Tracker, o Toyota Corolla Cross e o Mitsubishi Eclipse Cross. Para as pistas dos autódromos, os carros passam por diversas modificações em suas configurações. Mas como são esses mesmos carros nos centros urbanos? E por que eles foram os escolhidos pelas montadoras? É isso que vamos descobrir.
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Fonte: Stock Car
Se os carros de 2025 da Stock Car fossem definidos em uma palavra ela seria: novidade. Tudo é novo e diferente do já conhecido. A categoria estreou em 1979, e desde lá foi se adaptando e reinventando para se manter no topo do automobilismo, e não seria diferente. Não é de agora que os SUV’s rondam a categoria, algumas vezes dividindo opiniões, mas em maioria, empolgando os fãs, e isso não sou eu quem digo, e sim uma pesquisa.
A Vicar, promotora da Stock Car, realizou uma pesquisa onde 77% dos “Fãs Padrões” e 54% dos “fãs fanáticos” aprovam o novo passo da modalidade. E para consolidar ainda mais essa mudança, uma montadora foi adicionada ao grid, a Mitsubishi, a intenção é atrair ainda mais montadoras para a Stock com o tempo, e deixá-la cada vez mais moderna e atual.

Foto de: Toyota
A ascensão do mercado de SUV’s no Brasil é inegável, nos últimos anos o crescimento é nítido e significativo. No Brasil, a diversidade de opções é um grande ponto, desde os modelos mais compactos, aos maiores, dos simples aos luxuosos, baratos aos carros, novos e usados, as escolhas são inúmeras, não é à toa que o modelo conseguiu desbancar os sedãs e se firmar como o mais vendido no mercado nacional. Em 2024 foram registrados 939.279 emplacamentos, superando as 782 mil de 2023 e marcando um aumento de 50% em relação a 2019, último ano pré-pandemia.
E a tendência é crescer ainda mais, tendo em vista que as marcas estão apostando no modelo e em avanços tecnológicos e de geração dos modelos já existentes. É importante pontuar como o comprometimento com a sustentabilidade ajudou a impulsionar esse mercado, há uma crescente oferta de SUVs híbridos e elétricos, alinhando-se à tendência global de sustentabilidade e eficiência energética, dando espaço para marcas elétricas e impulsionando as vendas.

Foto de: Mitsubishi
Além da novidade dos novos modelos na categoria temos o adicional de uma nova montadora na competição, a Mitsubishi. A marca japonesa anunciou a sua entrada na disputa no final de 2023, e agora fará a sua estreia.
Junto com as montadoras já presentes na competição, Chevrolet e Toyota, os carros SUV’s que estarão nas pistas na temporada da Stock Car foram apresentados. Mitsubishi Eclipse Cross, Toyota Corolla Cross e Chevrolet Tracker foram os escolhidos, e não foi ao acaso. Veja o que você precisa saber sobre cada um deles.

Chevrolet Tracker
O Chevrolet Tracker é um dos SUV’s compactos mais relevantes do mercado, com produção no Brasil, em São Caetano do Sul (SP). Muito bem aceito entre os compradores, tanto frotistas quanto público particular, em 2024 ele emplacou 69.431 unidades, sendo o segundo mais vendido do segmento de SUVs no geral e sempre costuma se manter entre os 5 na lista.
O segredo do sucesso vem da combinação dos fatores: preço, baixo consumo e equipamentos, o que torna o modelo competitivo. O Tracker tem cinco versões, com motores 1.0 turbo de até 121 cv e 1.2 turbo, com 141 cv, sempre com câmbio automático de 6 marchas.
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Versão |
Preço sugerido (R$) |
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Tracker 1.0 Turbo AT |
R$ 119.900 |
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Tracker LT 1.0 Turbo |
R$ 154.090 |
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Tracker LTZ 1.0 Turbo |
R$ 165.490 |
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Tracker RS 1.2 Turbo |
R$ 188.590 |
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Tracker Premier 1.2 Turbo |
R$ 189.590 |
Os valores podem variar de acordo com a região e o pacote escolhido pelo comprador. Na versão topo de linha existe a disponibilidade de teto solar, assistente de estacionamento e mais recursos de segurança.
Entre os destaques do modelo estão a motorização eficiente que conta com motores turbo flex 1.0 e 1.2 – ambos modernos, com bom desempenho e economia de combustível – Sistema MyLink com tela de 8”, Android Auto e Apple CarPlay sem fio, controle de tração e estabilidade, 6 airbags de série em todas as versões e alerta de colisão frontal com frenagem automática nas versões mais caras. Em consumo temos um dos mais econômicos da categoria, superando 13 km/l na estrada com gasolina (versão 1.0 turbo), isso com um visual moderno, boa altura em relação ao solo e espaço interno competitivo, especialmente no porta-malas (393 litros).

Foto de: Motor1.com
Toyota Corolla Cross
Com novas versões apresentadas em 2025, o Corolla Cross, fabricado em Sorocaba (SP), se firma no mercado de SUV’s médios como uma ótima opção. Em 2024 foram 47.796 unidades emplacadas, sendo o modelo mais vendido da marca no país. Já em fevereiro, ocupou a posição de sétimo mais vendido no mercado com 5.351 unidades.
A reputação de baixo custo de manutenção, amplo suporte em concessionárias e garantia de 8 anos na versão híbrida consolidam as vendas. E falando em híbrido, o Corolla Cross foi o primeiro SUV híbrido flex do mundo, podendo rodar com gasolina, etanol, ou a combinação dos dois, além da assistência elétrica. O modelo é considerado ideal para quem quer economizar em consumo, chegando a fazer até 17,6 km/l com gasolina. São cinco versões disponíveis.
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Versão |
Preço (R$) |
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Corolla Cross XR 2.0 Flex CVT |
R$ 179.190 |
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Corolla Cross XRE 2.0 Flex CVT |
R$ 187.290 |
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Corolla Cross XRX 2.0 Flex CVT |
R$ 203.690 |
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Corolla Cross GR-S 2.0 Flex CVT |
R$ 210.190 |
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Corolla Cross XRX 1.8 Hybrid |
R$ 219.890 |
Visando o desempenho a versões Flex é equipada com motor 2.0 Dynamic Force, entregando até 175 cv e 20,8 kgfm de torque, acoplado ao câmbio CVT Direct Shift, e a versões Híbridas combinam um motor 1.8 VVT-i de ciclo Atkinson com dois motores elétricos, totalizando 122 cv.
A nova versão 2025 chegou com um novo visual e atualizações na frente do veículo. Todas as versões contam com Toyota Safety Sense, que inclui assistente de pré-colisão, controle de velocidade de cruzeiro adaptativo, sistema de assistência de permanência de faixa com correção de direção e farol alto automático.

Mitsubishi Eclipse Cross
A novidade do grid fica por conta da Mitsubishi, que traz o Eclipse Cross, um SUV médio e com modelo arrojado produzido na fábrica da HPE Automotores em Catalão (GO), seu motor 1.5 turbo entrega uma potência suave, com boa direção tanto em cidades quanto nas estradas graças a possibilidade de baixa rotação.
Mesmo não sendo um dos SUV’s mais vendidos no país, ele se destaca em uma categoria particular: SUV’s médio turbo com pegada mais esportiva e tração 4×4. Alguns dos atrativos são a garantia de 5 anos,pacote de equipamentos completo e tração integral S-AWC nas versões topo de linha. O modelo pode chegar de 0 a 100 km/h em 11 segundos, fazendo 10,4 km/l de consumo na cidade e 12,2 km/l na estrada. A manutenção pode ser um problema pelo custo mais elevado do que os concorrentes, mas ela ainda se mantém na faixa para os modelos desse padrão. Para esse modelo são 6 versões.
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Versão |
Preço (R$) |
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Eclipse Cross Rush |
173.990 |
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Eclipse Cross HPE |
189.990 |
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Eclipse Cross HPE Black |
192.990 |
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Eclipse Cross HPE-S |
212.990 |
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Eclipse Cross HPE-S 4WD |
222.990 |
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Eclipse Cross HPE-S 4WD Black |
225.990 |
As duas últimas versões contam com tração 4×4, garantindo melhor tração em diferentes terrenos, o motor entrega 165 cv de potência e 25,5 kgfm de torque com transmissão automática CVT e modo manual. O porta-malas deixa a desejar em tamanho por ser menor que os seus concorrentes e com um preço elevado nas versões de topo, mesmo assim o conforto, suspensão bem calibrada e bom acabamento interno são atrativos interessantes.
A temporada da Stock Car tem início neste final de semana, 03 e 04 de maio (sábado e domingo respectivamente), e logo saberemos como esses modelos, modificados para corrida, vão performar nos autódromos. Enquanto isso você pode cruzar com um desses na estrada, ou até levar um para a sua garagem e se render aos SUV’s como fez a principal categoria do automobilismo brasileiro, e grande parte do nosso mercado.

Ficha técnica do novo carro da Stock Car
- Motor: Audacetech
- Especificação: quatro cilindros, 2,1 litros, turboalimentado, 16 válvulas e injeção eletrônica, 500 cv (7.600 rpm). Torque 580 Nm (de 4.000 a 6.800 rpm). RPM máximo: 7.600
- Eletrônica: Motec (Austrália) e Fueltech (Brasil)
- Painel: Fueltech FT700 Plus
- Peso: 1.100kg (2kg por cv)
- Câmbio: XTrac (Inglaterra) modelo P1529, sequencial e semiautomático, seis marchas, é acionado pelo piloto, mas o mecanismo gerencia o engate. Trocas acionadas por borboletas no volante. Tração traseira
- Suspensão: independente nas quatro rodas. Triângulos sobrepostos (“duplo A”). Sistema pushrod. Amortecedores reguláveis de competição
Amortecedores: Penske Racing (EUA) - Conectividade: Qualcomm Snapdragon 5G, com sensorização de diversas funções do carro
Visibilidade: câmeras integradas ao chassi com visão dianteira e traseira, além de câmera 360 graus interna. As duas primeiras disponíveis no display do piloto. As três usadas em transmissão de prova e app - Aerodinâmica: SUV ajustada para competição, DRS (asa móvel em fibra de carbono)
Projeto: Audacetech, ArcelorMittal, IPT e SENAI - Carroceria: Material compósito (incluindo fibra de carbono, fibra de vidro, aramida e kevlar), simulações e testes. Fabricação Magna (Brasil)
- Chassi: aço DP980R ArcelorMittal, da família de Aços Avançados de Alta Resistência, chancela IPT. Homologação CBA
- Entreeixos: 2.750 mm
- Freios, dianteiros e traseiros: discos ventilados especiais Hipper Freios, pastilhas Cobreq (de competição), com pinças de competição AP Racing (Inglaterra). Seis pistões na dianteira e quatro na traseira
- Direção: sistema pinhão/cremalheira, acionamento elétrico
- Simulação computacional: IPT e Siemens
- Fabricação e prototipagem: ESPAS (Brasil) e Audacetech
- Elementos de competição (motor e suspensão): MTR (Brasil)
- Volante: Grid Engineering (Holanda), modelo Stock Car
- Rodas: Mangels, liga leve, medidas 11,5 x 18 polegadas (diâmetro x largura)
- Pneus: Hankook (Coréia do Sul) medidas 300-680×18
- Combustível: Gasolina Podium
- Tanque: instalado em cofre de fibra de carbono, é um contêiner de borracha deformável e resistente desenvolvido especialmente para competição, seguindo a classificação standard FT3 da FIA. Válvula de segurança anticapotagem e capacidade ajustável
- Segurança: estrutura tubular em aço DP980R ArcelorMittal, proteção antichama por paredes corta-fogo com chapas de alumínio e revestimento resistente ao calor, estruturas do tipo crash box na dianteira e traseira em alumínio para absorção de impacto. Estruturas laterais em carbono, kevlar e aramida para absorção de impacto e dissipação de energia. Banco do piloto projetado e fabricado nos EUA com certificação FIA.