É apenas quinta-feira, mas não tem sido uma semana fácil para a Nissan. Confirmando alguns dos piores temores do mercado, a problemática montadora japonesa cortará até 20.000 empregos e fechará sete fábricas. Para desacelerar a sangria de dinheiro depois de perder US$ 4,5 bilhões no ano passado, a empresa sediada em Yokohama tomou uma medida incomum: suspendeu o desenvolvimento de alguns carros novos.
Sem revelar quais veículos foram afetados, a Nissan apenas diz que o trabalho em “atividades de produtos avançados e após o ano fiscal de 2026 foi suspenso. Para referência, o ano fiscal de 2026 do Japão vai de 1º de abril de 2026 a 31 de março de 2027. Durante essa pausa, aproximadamente 3.000 pessoas da equipe de pesquisa e desenvolvimento foram transferidas para “focar em iniciativas de redução de custos”.
Por pior que isso possa parecer, a Nissan sugere que o lançamento desses novos carros pode não ser adiado, mas sim ter seu processo de desenvolvimento otimizado. A empresa está revendo o desenvolvimento, reduzindo o tempo necessário para colocar um veículo de última geração no mercado de 52 para 37 meses. Os derivados, por sua vez, levarão apenas 30 meses, em vez de 50.
Para conseguir isso, a empresa está eliminando nada menos que seis plataformas, reduzindo o total para apenas sete. Uma melhor padronização também ajudará a reduzir a complexidade das peças em até 70%.

Teaser mostra nova geração do Nissan Sentra
Foto de: Nissan
Nessa nova era de desenvolvimento da marca, os primeiros modelos a serem lançados serão um SUV médio global, o compacto Kait, descoberto por Motor1.com Brasil e já visto rodando pelo país, e a renovação do sedã Sentra.
Ainda assim, a situação da Nissan é preocupante. O comunicado de imprensa desta semana contém a palavra “custo” 17 vezes, e o documento nem é tão longo assim. Os esforços para lançar novos modelos no mercado e, ao mesmo tempo, cortar despesas, incluirão uma maior dependência de sua aliança com a Renault e a Mitsubishi.

Foto de: Placa Verde
A Honda continua fazendo parte da estratégia, embora apenas como parceira no desenvolvimento de modelos e tecnologias eletrificadas. Não há planos para reiniciar as negociações de fusão. Todas essas iniciativas estão agrupadas sob a bandeira “Re:Nissan”, que a empresa descreve com sinceridade como um plano de recuperação.