Enquanto no mercado brasileiro a Abarth aposta nos SUVs Pulse e Fastback, a situação da divisão esportiva da Stellantis na Itália é bem diferente. Por lá, a estrela era o pequeno 500, ainda da geração anterior e vendido com motor a combustão. Como forma de despedida, a empresa fez uma série especial de 695 exemplares dos quais 8 irão para membros do clube da marca do escorpião, mas esse pode não ser o fim dos Abarth a gasolina.
Quem deixou o futuro dos modelos a combustão em aberto foi Olivier François, CEO global da Fiat e da Abarth. Durante a apresentação do Grande Panda híbrido, o executivo respondeu a uma pergunta sobre qual será o futuro da marca esportiva daqui para frente. O executivo afirmou que ”todas as opções estão na mesa”. Ou seja, nada está decidido ainda, embora as vendas de carros elétricos certamente não estejam registrando números animadores.
Foto de: Abarth
O coração dos antigos Abarth térmicos era o conhecido 1.4 turbo a gasolina de 4 cilindros, disponível em vários níveis de potência e que esteve disponível também em outros esportivos da Fiat no Brasil, como a linha T-Jet de Punto e Bravo.
O motor foi descontinuado devido a dificuldade de adaptação aos novos projetos da marca, em especial a atual geração do 500e e o 600e (que nasceram pensados para a eletrificação).

Foto de: Fiat
Motor de Peugeot e Citroën
Caso a Abarth europeia realmente reconsidere equipar seus carros com motores a gasolina, o grande candidato é o 1.2 de 3 cilindros Puretech, originário dos tempos da Peugeot-Citroën e que é quase onipresente nos modelos compactos da Stellantis na Europa.
O problema, entretanto, é provavelmente a potência. O 1.2 com sistema híbrido leve chega a 145 cv e, se por um lado você poderia “brincar” com a configuração da parte elétrica, por outro lado, é preciso entender qual é a margem para poder alcançar a potência que um Abarth exige.
Os Abarth nunca tiveram nível de potência de supercarros – o atual 600e, com seus 280 cv, é o Abarth mais potente de todos os tempos – e, portanto, atingir os 180 cv do antigo 1.4 Turbo que equipava o 500 pode ser suficiente. Tudo isso, é claro, combinado apenas com a tração dianteira.