Para algumas aplicações, principalmente comerciais, o alcance dos veículos elétricos não é o suficiente, seja pelo o quanto roda quanto pelo tempo que leva um recarga ou até o custo de implementação da estrutura para isso. Uma opção está sendo apresentada pela HORSE no Electric Days, este ano realizado durante o Energy Summit, no Rio de Janeiro (RJ).
Pode parecer uma van convencional, mas na verdade é uma van elétrica, importada da Europa, que recebeu o extensor de alcance da HORSE no Brasil e, totalmente funcional, é a base de testes do conjunto composto por componentes nacionais e sistema de gerenciamento desenvolvido localmente. O que poderia rodar cerca de 110 km, chega a mais de 700 km com o sistema, ainda emissão zero.
Foto de: Motor1.com
A HORSE Technologies (divisão da HORSE Powertrain), que nasce de uma joint venture da Geely e Renault, usa o motor HR10, o 1.0 turbo que está no Renault Kardian, como um gerador de energia – apesar da instalação demonstrativa e funcional na área de carga, pode ser alojado no cofre de motor normalmente -, funcionando em um regime de rotação entre 2.500 e 3.500 rpm, dependendo de quanta energia é necessária tanto para alimentar o motor elétrico ou enviar para a recarga das baterias, que se mantém originais neste caso.
Acoplado, um gerador da brasileira WEG, junto com o inversor e sistema de gerenciamento desse conjunto bateria/motor/extensor, que atua para fazer a distribuição de energia e os momentos para o acionamento do HR10. O sistema de recarga ainda é funcional e pode trabalhar normalmente, mesmo com o sistema de extensor aplicado.

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Usando etanol, o 1.0 turbo trabalha em uma faixa de rotação específica e não chega a sua potência máxima e, nesta aplicação, tem uma vida útil até maior que em um carro tradicional. Compacto, o conjunto completo pode ser utilizado até em barcos, mas chega a alimentar ônibus, por exemplo – se a potência do motor elétrico for maior, até o HR13, o 1.3 turbo, pode ser utilizado nesta função.
Em alguns casos, a HORSE pode até reduzir a quantidade de módulos de baterias, tanto para facilitar a recarga, quanto pela própria presença do gerador que, em alguns casos, é mais leve. Com tudo automático, o motorista não precisa intervir para ligar ou desligar o extensor, mas não perde nenhuma função do carro elétrico original.

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Com componentes nacionais, o extensor já está em testes para diversos produtos, como ônibus e carros, e será a solução em diversos níveis para os desafios da eletrificação da frota de veículos no país, principalmente ao colaborar na conversão de veículos a diesel, por exemplo.