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marcas que seus grupos esqueceram de trazer ao Brasil

Está quase tudo certo para a chegada da Cadillac ao Brasil. A General Motors já realiza clínicas com clientes, estuda como posicionar a marca no mercado local e até trouxe unidades do Lyriq e do Optiq para eventos fechados e aparições pontuais, como nas 6 Horas de São Paulo da WEC. A ideia é vender apenas modelos elétricos, construídos sobre a plataforma Ultium. Se os planos avançarem, a marca de luxo finalmente terá atuação oficial por aqui.

Enquanto a GM prepara o terreno para sua divisão premium, a Ford mantém a Lincoln fora do jogo. A marca de luxo americana nunca teve operação oficial no país, apesar da presença pontual de modelos como o Navigator por meio de importadoras independentes. E ela não é exceção.



Cadillac Lyriq e Optiq no Brasil

Foto de: Motor1.com



Cadillac Lyriq e Optiq no Brasil

Foto de: Motor1.com

Várias marcas pertencem a grupos que já atuam no Brasil, mas seguem fora do mercado local. Algumas já passaram por aqui e saíram, outras quase chegaram, e há ainda as que estão por trás de outros emblemas. A seguir, listamos nomes que fazem parte do portfólio global de grandes montadoras mas que, por aqui, ainda não deram as caras ou que decidiram abandonar devido a baixas vendas.

Lincoln – Ford Motor Company

Se a Cadillac é o braço de luxo da General Motors, a Lincoln representa o mesmo papel dentro da Ford. Fundada em 1917 por Henry M. Leland (o mesmo que criou a Cadillac), foi adquirida pela Ford em 1922 e, desde então, consolidou-se como marca voltada ao público americano, com forte tradição entre executivos, políticos e celebridades dos Estados Unidos. Assim como sua rival, também desenvolveu versões mais refinadas de modelos conhecidos da Ford, como o MKZ (baseado no Fusion) e o MKX (derivado do Edge).

No Brasil, nunca teve operação oficial de varejo, mas ficou relativamente conhecida graças a importações independentes, principalmente do Navigator, um SUV de grandes proporções baseado no Ford Expedition. Com a Ford operando hoje com portfólio enxuto e sem produção local, a Lincoln segue fora dos planos.

Acura – Honda Motor Company

Durante o Salão do Automóvel de 2012, a Honda surpreendeu ao anunciar que traria ao Brasil, já em 2015, sua divisão de luxo, a Acura. A marca, presente nos Estados Unidos com modelos como TLX, MDX e o esportivo NSX, ocuparia o espaço acima do Accord e do CR-V. A promessa, no entanto, durou pouco.

A alta do dólar e o programa Inovar-Auto, com sobretaxa de 30 pontos percentuais para importados, inviabilizaram o plano. Enquanto isso, a rival Lexus, da Toyota, foi anunciada no mesmo salão e chegou com operação própria, mantendo-se ativa até hoje. Já a Acura segue como projeto engavetado.

Genesis – Hyundai Motor Group

O Grupo Hyundai já tentou atuar no segmento de luxo no Brasil com um produto posicionado acima do Azera. Foi o caso do Hyundai Genesis, sedã de tração traseira, motor V6 e bom nível de acabamento, lançado por aqui em 2010 por R$ 220 mil. A ideia era competir com modelos como BMW Série 5, Mercedes Classe E e Audi A6, mas o esforço durou pouco. 

No exterior, a Hyundai decidiu emancipar a divisão em 2015 e lançou a Genesis como marca de luxo independente, nos moldes do que já faziam a Toyota com a Lexus, a Honda com a Acura e a Nissan com a Infiniti. Desde então, a Genesis vem ganhando espaço nos Estados Unidos, Coreia do Sul, Europa e partes da Ásia com sedãs, SUVs e modelos elétricos de design sofisticado e proposta premium. Mesmo pertencendo a um grupo com operação consolidada no Brasil, a marca nunca foi cogitada oficialmente para o mercado nacional.

Opel e Vauxhall – Stellantis

Durante décadas, Opel e Vauxhall foram subsidiárias da GM na Europa e responsáveis pelos projetos que deram origem a modelos como Corsa, Astra, Vectra, Zafira e Omega, todos vendidos no Brasil com o logotipo da Chevrolet. Essa base europeia sustentou boa parte da linha nacional nos anos 1990 e 2000.

Na década de 2010, como parte da recuperação financeira da GM após a crise de 2008, a empresa decidiu adotar modelos próprios para mercados emergentes, abrindo mão dos projetos mais caros e refinados de suas subsidiárias europeias. Foi o início do fim da influência da Opel e da Vauxhall na região. Entraram em cena nomes como Agile, Cobalt e Spin, enquanto o Cruze passou a vir da Coreia do Sul e o Equinox dos Estados Unidos. Em 2017, a Opel e a Vauxhall foram vendidas ao então Grupo PSA, hoje parte da Stellantis, que até o momento mantém o foco em Fiat, Jeep, Peugeot e Citroën no mercado brasileiro.

Alfa Romeo – Stellantis

A Alfa Romeo tem uma das trajetórias mais longas no Brasil. Estava presente já na Primeira Exposição de Automobilismo de São Paulo, em 1923. Teve participação nas pistas, produziu carros em parceria com a FNM entre 1951 e 1986 e voltou nos anos 1990 com modelos importados como 155, 164, 166, 159 e o conversível Spider. A operação foi encerrada no início dos anos 2000.

Hoje, a Alfa pertence à Stellantis e tem linha formada por Giulia, Stelvio, o híbrido Tonale e elétricos em desenvolvimento. No Brasil, poderia ocupar o espaço de marca premium com identidade europeia — função que hoje cabe apenas a Jeep e Ram, com perfil americano. Por enquanto, a Alfa é carta fora do baralho.

Dacia – Renault Group

A Dacia nunca teve operação oficial no Brasil, mas seus produtos são conhecidos desde meados dos anos 2000. A divisão romena da Renault é a responsável por projetos globais de baixo custo como Logan, Sandero e Duster, vendidos por aqui com o losango francês no capô. A proposta era simples: carro acessível, robusto e com manutenção barata. Funcionou.

Hoje, a Dacia passou por reformulação na Europa, com nova identidade visual e modelos como o Jogger, o novo Duster e o Spring, versão elétrica do Kwid. Mesmo assim, segue fora do Brasil — a Renault local quer reposicionar a marca principal com produtos mais refinados.

Alpine – Renault Group

Criada nos anos 1950, a Alpine nunca deixou de existir. Foi absorvida pela Renault e virou preparadora e divisão esportiva da marca. O A110 original, que competiu nos ralis, chegou a ser produzido no Brasil sob licença como Willys Interlagos, nos anos 1960.

A marca voltou à ativa em 2017 com o novo A110 e passou a ganhar protagonismo dentro do grupo. Assumiu a equipe de Fórmula 1 da Renault e prepara novos modelos elétricos, como hatch, SUV e cupê esportivo. No Brasil, nunca teve operação oficial, apesar da ligação histórica com o Interlagos.

Daihatsu – Toyota Motor Corporation

Montadora japonesa voltada para o mercado de compactos, a Daihatsu operou no Brasil entre 1994 e 1999, com modelos como Terios, Cuore, Charade e o jipe Feroza. A atuação foi discreta, com foco em nichos, e acabou encerrada com a consolidação das marcas locais e o avanço das concorrentes asiáticas.

Hoje, a Daihatsu tem forte presença no Japão, onde lidera o segmento de kei cars, e atua no Sudeste Asiático. Também participa do desenvolvimento de modelos para a Toyota, como Yaris e Etios, e cumpre papel parecido com o da Dacia na Renault: desenvolver produtos acessíveis com base simplificada. No Brasil, não há indício de retorno.

Seat e Cupra – Grupo Volkswagen

A Seat chegou ao Brasil em 1995 com uma linha compacta de importados baseada no Volkswagen Polo Classic argentino. Foram oferecidos o hatch Ibiza, o sedã Córdoba, a perua Vario e até o furgão Inca, todos com a mesma base mecânica e vendidos nas próprias concessionárias da VW, como uma espécie de linha paralela com apelo europeu.

A estratégia se mostrou redundante num mercado como o brasileiro, marcado por carga tributária alta e produtos semelhantes já disponíveis na gama Volkswagen. Assim como outras marcas que chegaram naquele contexto dos anos 1990, a Seat saiu de cena no início da década seguinte. A operação foi encerrada em 2002, pouco antes da estreia do primeiro Polo nacional.

Na Europa, a marca seguiu firme, com presença forte em mercados como Espanha, Portugal e Alemanha. Com o tempo, passou a explorar uma pegada mais esportiva, criando versões com visual e desempenho mais ousados.

Dali nasceu a Cupra, inicialmente uma divisão de performance, que ganhou status de marca independente em 2018. Hoje, modelos como Formentor, Born e Tavascan representam essa nova fase elétrica e rentável da marca, que já supera a própria Seat em alguns mercados. No Brasil, nenhuma das duas foi cogitada até agora.

Skoda – Grupo Volkswagen

Com a queda da União Soviética, a Skoda foi incorporada ao Grupo Volkswagen em 1991, num movimento que simbolizava a reabertura dos países do Leste Europeu à indústria ocidental. A partir daí, a marca tcheca passou a utilizar plataformas e tecnologias da VW em modelos com visual próprio, acabamento simplificado e proposta mais racional. Deu certo. Hoje, a Skoda é referência em custo-benefício e atua com força em mercados do Leste Europeu, Ásia e Oceania.

A estratégia lembra a da Dacia, da Renault: aproveitar bases de gerações anteriores para criar produtos bem resolvidos, acessíveis e robustos. Octavia, Fabia, Karoq e Kodiaq são alguns dos nomes mais conhecidos. O foco, no entanto, segue majoritariamente europeu. 

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