A HPE Automotores, representante de Mitsubishi e Suzuki no Brasil, negocia com fabricantes chinesas para produzir veículos em sua fábrica de Catalão (GO). Segundo o CEO Mauro Correia, em entrevista à Agência AutoData, a primeira parceria deve ser anunciada até o fim de 2025, com início de operação previsto para o quarto trimestre de 2026. Embora não tenha sido confirmada oficialmente, apurações indicam que a GAC é a candidata mais próxima de fechar acordo e estrear a produção na unidade goiana.
A chegada de uma nova marca ajudaria a compensar a ociosidade da planta, que hoje fabrica apenas o SUV Eclipse Cross e a nova geração da picape Triton, além de substituir parte da capacidade perdida com o fechamento da fábrica de motores em dezembro de 2024. Essa unidade produzia o antigo 2.4 turbodiesel da L200 Triton, descontinuado devido às regras mais rígidas do Proconve L8.
Fábrica HPE – Catalão (GO)
GAC já havia declarado intenção de fábrica e motor flex
Recém-chegada ao país, a GAC estreou com os SUVs GS4 Hybrid, Aion Y e Aion V, o sedã Aion ES e o cupê elétrico Hyper HT. O próximo lançamento será o GS3, SUV compacto turbo a combustão — único da gama brasileira sem motorização híbrida ou elétrica e, por isso, o candidato mais viável à produção nacional. A fabricação local permitiria evitar taxas de importação, reduzindo custos e tornando-o mais competitivo frente a rivais como Honda HR-V, Volkswagen T-Cross e Hyundai Creta.
Flagrado pelo Motor1.com Brasil em julho, o GS3 foi visto rodando pelas ruas de São Paulo com logotipos camuflados e placa verde, sinalizando testes de homologação. Mede 4,41 m de comprimento e 2,65 m de entre-eixos, e traz interior com telas digitais integradas para painel e central multimídia, além de acabamento macio ao toque. Sob o capô, terá motor 1.5 turbo de 177 cv e 27,5 kgfm, acoplado a câmbio automatizado de dupla embreagem banhado a óleo, com sete marchas.

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Fonte: Motor1.com
No médio prazo, a marca também pretende adaptar seus modelos híbridos e a combustão para o etanol. No caso do GS3, essa mudança aumentaria seu potencial competitivo. “No momento, com a base do motor que temos agora, nosso motor pode se adaptar ao combustível brasileiro. Esse é o primeiro passo: transformar motores a gasolina em flex. No futuro, vamos considerar, com o crescimento do nosso negócio, construir e produzir no Brasil”, afirmaram executivos da GAC.
O presidente da divisão internacional da GAC, Wei Haigang, destacou que a operação brasileira será mais robusta que em países como Malásia e Nigéria, começando com kits CKD e evoluindo para nacionalização parcial. Já Mauro Correia afirma que a adaptação da fábrica pode levar de sete a oito meses no caso de montagem de kits e cerca de um ano para uma produção mais verticalizada.

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Fonte: Motor1 Brasil
Com a chegada de novas fabricantes chinesas ao país, a HPE não descarta firmar outros contratos no futuro, possivelmente até paralelos ao projeto com a GAC, para uso compartilhado da planta de Catalão.