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conheça a nova ousada linha de estilo da marca

A Audi vai dar uma guinada total na sua linguagem de design. Alguns vão falar que está parecendo o conceito da Jaguar, outros vão lembrar de conceitos do passado. Fato é que o nosso colega Roland Hildebrandt, do Motor1.com Alemanha, teve um contato exclusivo e traz em primeira mão os detalhes do conceito e conta também como enxerga, com base na sua experiência, o que carrega o novo Audi Concept C.

Por Roland Hildebrandt, Munique – Alemanha – Nos últimos anos, a pergunta que ecoava no setor era: “Quo vadis, Audi?” – para onde vai a marca de Ingolstadt? Os modelos mais recentes já não despertavam tanto impacto visual e, em alguns casos, seus interiores chegaram a ser criticados por transmitirem uma sensação de simplicidade excessiva. A missão de virar essa página agora está nas mãos de Massimo Frascella, novo chefe de design da Audi. Seu primeiro cartão de visitas é o Audi Concept C, conceito que será apresentado no IAA 2025, em Munique.

Concept C. Isso pode significar cool, coupé, cabrio ou clarity. Ou ainda remeter ao carro de corrida Tipo C dos anos 1930 ou à classe média-alta, também conhecida como A6, internamente chamado C9. Signore Frascella é citado com frases como: “Audi é a inexplicável harmonia entre técnica e emoção, na qual o racional e o irracional coincidem.” Soa de certa forma como um político ou teólogo.

Felizmente, também há declarações mais concretas: “Nossa visão é um chamado para toda a nossa empresa – e condição para que nossa marca volte a ser inconfundível.” Gostaríamos de lembrar aqui o final dos anos 1990. O primeiro A6 independente (C5), o TT e também o A2 chamaram atenção e tornaram a Audi uma marca premium. Responsável por isso foi Peter Schreyer, que mais tarde levou a Kia ao sucesso por meio do design.

Quando tive a oportunidade, 27 anos depois, de observar de perto o Audi Concept C, reconheci algo do primeiro TT. Especialmente a coluna A e os espelhos retrovisores remetem a ele. Mas não se quis criar uma homenagem ao TT no estilo do novo Renault 5, e sim reformular todo o design da marca Audi. Provavelmente também por isso se percebem influências do R8, do carro de filme RSQ, do estudo Rosemeyer de 2000, do Avus de 1991 e dos já mencionados carros de corrida da Auto Union dos anos 1930.

Aliás, o TT. Frascella já era fã naquela época: “Quando, em 1998, o primeiro Audi TT chegou à concessionária em Turim, tirei um dia de folga só para poder vê-lo com calma. Fiquei lá por horas, olhei o carro de todos os ângulos e passei a mão em cada uma de suas superfícies. Os funcionários provavelmente me acharam louco.”



Audi Rosemeyer (2000)


1991 Audi Avus Quattro-Konzept


Audi RSQ Concept (2004)

A equipe de Frascella pesquisou com afinco no acervo da Audi Tradition, consultou livros, conversou com Peter Schreyer (já aposentado) e outros antigos designers da marca. O resultado agrada: muito limpo, com junções bem feitas, mas não tão brutalista quanto o Jaguar Type 00. Dá vontade de olhar por mais tempo. Única crítica da minha parte: um pouco demais de dianteira entre o para-lama dianteiro e a nova grade.

No centro da nova frente está o “Vertical Frame”. Sua forma ereta foi inspirada no Auto Union Tipo C (1936) e na terceira geração do Audi A6 (2004). A moldura destaca os quatro anéis e integra tecnologias futuras. Um detalhe marcante: os quatro anéis são de metal, tanto na dianteira quanto na traseira.



Audi Concept C (2025)

Foto de: Audi

As proporções do esportivo de dois lugares resultam da arquitetura com bateria central; a linha do teto se estende bastante para trás e repousa sobre a carroceria. As dimensões: 4,52 metros de comprimento, 1,97 metro de largura, 1,28 metro de altura e 2,57 metros de entre-eixos. Aproximadamente as dimensões do último R8. Estão instaladas rodas de 21 polegadas.



Audi Concept C (2025)

Foto de: Audi

Nova também é a assinatura de luz: cada farol e lanterna traseira consiste em quatro elementos dispostos horizontalmente, que garantem uma presença visual inconfundível de dia e de noite. O exterior é apresentado na cor Titanium, que deve simbolizar precisão, leveza e força. Bonito, aliás: espelhos externos reais em vez de câmeras. Na frente e atrás deve haver um porta-malas.

No interior, ambos os ocupantes encontram o mesmo espaço, mas o motorista claramente no centro. Botões e teclas de alumínio anodizado oferecem uma sensação tátil de operação. O volante, com os anéis da Audi em metal maciço, combina qualidade tátil com precisão técnica. A iluminação ambiente indireta destaca materiais e superfícies, enquanto matérias-primas naturais e uma paleta de cores inspirada no titânio criam uma atmosfera refinada.

Valioso, tátil, háptico. Em termos claros: algo que se tem de fato nas mãos, que emite sons agradáveis durante o uso. E que parece ótimo. Um clique chique, por assim dizer. Lembrei imediatamente da tampa metálica do rádio no primeiro TT. E as saídas de ar do estudo têm algo do art déco dos anos 1930/40. Plásticos? Se houver, bem disfarçados e raros. E nada de irritantes botões sensíveis ao toque no volante. Aliás, um volante redondo. Aqui, a Audi reagiu ao feedback dos clientes, como admitiu.



Audi Concept C (2025)

Foto de: Audi

A tecnologia no Concept C permanece discreta, a Audi chama de “Shy Tech”. Um display retrátil de 10,4 polegadas fornece todas as informações relevantes de forma contextual e intuitiva, apoiado por controles hápticos no volante e no console central. Todos os pontos de interação estão logicamente posicionados e são fáceis de usar. Isso lembra a última geração do TT com seu cockpit minimalista.

Mas o mais importante: o Concept C não foi feito para a galeria ou o museu da fábrica. Nos novos Audis de 2026, Frascella ainda não teve influência, mas depois disso começa de fato. O veículo conceitual dá uma prévia concreta de possíveis modelos de série e deve inspirar de forma duradoura os futuros veículos da Audi. Pela primeira vez em um roadster, a Audi aposta em um teto rígido elétrico retrátil, composto por dois elementos, que possibilita diversão ao ar livre.

O processo de abertura lembra o Porsche 911 Targa. Na traseira, superfícies limpas e junções horizontais ressaltam o caráter esportivo. Um detalhe marcante: não há vidro, apenas entradas de ar no estilo do estudo Rosemeyer. O conceito elétrico pesa 1.690 quilos, informa a Audi. Também aqui, permanece no setor do R8.



Audi Concept C (2025)

Foto de: Audi

A versão de produção do Concept C aparecerá em 2027 e não estará longe do estudo, mas terá, entre outras coisas, maçanetas de porta convencionais. De 50 metros de distância, não se notaria diferença em relação ao Concept C, dizem. A propulsão será elétrica, com técnica de 800V, seja por tração traseira ou integral.

“Nossa visão é um chamado para toda a nossa empresa – e condição para que nossa marca volte a ser inconfundível”, diz Frascella. Torcemos para que dê certo!

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