Ainda em agosto, uma parte importante da estratégia da Volkswagen para o mercado brasileiro foi flagrada no estado de São Paulo. O que parece apenas um Tiguan com poucos disfarces, esconde um dos segredos da marca para aproveitar o crescente sucesso da categorias de picapes intermediárias, hoje disputada por modelos como Ford Maverick, Fiat Toro e Ram Rampage.
Ainda sem nome oficial, a inédita picape intermediária segue em testes e foi flagrada novamente tendo imagens publicadas pelo perfil @placaverde rodando mais uma vez no estado de São Paulo. O “Tiguan” da geração atual com maior altura do solo e levemente esticado, é justamente uma das mulas do novo modelo.
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Aqui já é possível dizer que a novidade não será baseada no conceito Tarok, apresentado no Salão do Automóvel de 2018. Além das proporções maiores do que as do Tiguan vendido pela alemã, o protótipo já revelou que o sistema de suspensão traseira aparenta ser do tipo eixo rígido com feixe de molas, mais similar ao usado em picapes médias ou na Fiat Strada, já que a própria VW Saveiro usa molas helicoidais e eixo de torção. Parece que a alemã quer dar o troco na rival italiana, já que a Fiat Toro tem suspensão independente com molas helicoidais. Na dianteira do protótipo, a bitola do eixo dianteiro parece desproporcional à carroceria do SUV.
Depois de testes sob uma carroceria de Virtus, a picape vem utilizando agora o Tiguan porque testa a plataforma MQB Hybrid, que trará muito do que há na MQB-A1, justamente a base do SUV e de outros modelos médios da marca alemã. Na apresentação dos investimentos até 2028 no Brasil, a VW apresentou esse projeto mais moderno não só pela possibilidade da eletrificação, mas também pela evolução em sistemas ADAS, por exemplo, e a possibilidade de fazer modelos maiores, como a própria picape.

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Fonte: @placaverde
Chamados de “mulas de testes”, os protótipos nessa fase já utilizam suspensão, motorização e outros detalhes técnicos do produto final, mas ainda não contam com a carroceria definitiva, recorrendo ao que está “na prateleira” do fabricante, por isso o uso do Tiguan.
Um dos grandes limitadores da MQB-A0 é justamente suas dimensões, pensada para compactos, e não ser preparada para a eletrificação. A chegada da MQB Hybrid reverte isso, inclusive a produção no Paraná é proposital, já que a planta fez o Golf MK7 no passado, além de modelos da Audi, e está mais preparada para isso.
Fábrica já passa por mudanças
Agora em setembro, a Volkswagen confirmou ao Motor1.com Brasil que produção do T-Cross na linha de montagem de São José dos Pinhais (PR) está paralisada até o final do mês. Segundo a marca, a parada é técnica e já estava programada. De acordo com a empresa, tudo isso ocorre dentro dos planos “de novos de investimentos da marca de R$ 20 bilhões na América do Sul até 2028, sendo R$ 3 bilhões exclusivamente para a unidade do Paraná”.
A fábrica de São José dos Pinhais já produziu mais de 3 milhões de veículos ao longo dos últimos 26 anos e será ampliada para a abrigar a produção de importantes novidades nos próximos anos. Entre elas estarão produtos que adotarão a futura plataforma MQB Hybrid. Por sua vez, a arquitetura será a base de produtos do Grupo Volkswagen com possibilidade de eletrificação. A estreia do T-Roc com motores eletrificados – híbrido leve ou pleno – já pode indicar o que deve ser feito na planta paranaense.