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Chery articula até três fábricas no Brasil para Omoda, Jaecoo e Jetour

O Grupo Chery já é uma realidade no Brasil com as marcas Caoa Chery e também Omoda e Jaecoo. O SUV elétrico Omoda E5 abriu caminho, e agora chegam os híbridos Omoda 5 e Omoda 7. A Jaecoo, por sua vez, já emplaca boas vendas com o Jaecoo 7. Mas o plano vai além: criar uma base industrial robusta para sustentar todas as marcas da holding no país.

Em uma conversa durante a avant-première dos novos modelos híbridos, Hu Peng, Country Manager da Omoda & Jaecoo no Brasil, revelou que a matriz do Grupo Chery, na China, avalia a instalação de até três fábricas em território nacional. As plantas, se confirmadas, atenderão também à Jetour, marca que ainda não estreou oficialmente, mas já roda em testes pelo país.

É a primeira vez que um executivo do grupo fala abertamente sobre a possibilidade de múltiplas unidades fabris. O modelo que o Grupo Chery estrutura se assemelha à estrutura da Stellantis, onde diferentes marcas compartilham unidades produtivas, mas operam com times e estratégias distintas. No caso da Chery, a proposta é a mesma: mesmo com uso conjunto das fábricas, cada marca manterá sua operação independente, com redes comerciais, equipes e posicionamento de mercado próprios.

Entre Itatiaia, Jacareí e Anápolis

Fontes ligadas ao grupo indicam que pelo menos três locais estão sendo estudados para abrigar as futuras fábricas: a unidade desativada de Jacareí (SP), antiga casa da Chery; a planta da CAOA em Anápolis (GO), hoje utilizada na produção dos modelos Tiggo; e a fábrica da Jaguar Land Rover em Itatiaia (RJ), atualmente com produção bastante reduzida.

Durante a entrevista, Hu Peng não confirmou nenhuma delas, mas ressaltou que as negociações envolvem tanto reativação de estruturas quanto possíveis aquisições. “Estamos avaliando fábricas que já existem, mas os valores pedidos ainda são altos. A urgência da operação pode acabar inflacionando o mercado”, afirmou.



CAOA Chery - Fábrica de Anápolis (GO)

CAOA Chery – Fábrica de Anápolis (GO)

Embora a Chery e a Jaguar Land Rover não tenham acordos no Brasil, a joint-venture de ambas na China é um exemplo de sinergia que pode ser aplicado por aqui, mas não há nenhuma informação oficial a esse respeito.

Operações independentes, visão compartilhada

A decisão de produzir no Brasil não é protocolar, é estratégica. Além de reduzir a dependência de importações, uma estrutura local permite maior previsibilidade de custos, adequação aos incentivos do IPI Verde, e abre espaço para o fornecimento de veículos ao setor público e frotistas com exigência de conteúdo local.

Apesar de poderem compartilhar estruturas industriais, Hu Peng foi enfático ao afirmar que as operações das marcas serão distintas. Isso significa que Omoda & Jaecoo, Jetour e Chery terão redes próprias, posicionamentos de produto distintos e comunicação individualizada. Não se trata de um rebadge com marcas diferentes, mas de uma estratégia multimarcas.

Essa independência operacional também se traduz em decisões locais. Segundo o executivo, há autonomia para adaptar produtos às demandas do mercado brasileiro, com foco em conectividade, design e eletrificação. “Queremos construir uma base sólida no Brasil, não apenas vender carros. A produção local é o próximo passo natural dessa jornada”, reforçou Hu.



Salão de Xangai: Chery Himla

Salão de Xangai: Chery Himla

Foto de: Rodrigo Perini

O que esperar nos próximos meses

Embora o cronograma exato da instalação das fábricas ainda não tenha sido divulgado, os indícios apontam para uma movimentação acelerada. Questionado, Hu Peng disse que o início de produção não deve demorar, apontando 2026 como ano inicial. O timing também é estratégico: com o IPI Verde ganhando força, a estruturação local poderá garantir maior competitividade fiscal para os modelos híbridos e elétricos das três marcas.

Com esse movimento, o Grupo Chery reforça sua ambição de tornar-se protagonista no cenário automotivo brasileiro. E mais do que isso: consolida uma nova fase da indústria automotiva nacional, onde a presença chinesa deixa de ser periférica e assume papel central no desenvolvimento de produtos, tecnologias e, então, também em escala de produção.

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