Lembram-se dele? Comercializado no Brasil entre 2009 e 2020, o Kia Soul está prestes a se despedir também no mercado internacional. Segundo a própria Kia, a produção do Soul será encerrada ainda em 2025, com data marcada já para o próximo mês de novembro.
O motivo é o de sempre: deixar de lado modelos que não são exatamente considerados SUVs, em nome de carros com apelo mais aventureiro e maior rentabilidade, como Sportage, Sorento e Telluride, este um SUV grande que a marca oferece nos EUA. Nem mesmo as boas vendas, de cerca de 1,5 milhão de unidades nos Estados Unidos ao longo de suas três gerações, foram suficientes para salvá-lo.
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Quando nasceu, em 2009, o modelo se tornou um dos símbolos da transição da marca coreana, que até então focava em veículos de baixo custo, para uma nova fase marcada por design mais ousado e personalidade própria. O responsável por essa virada foi Peter Schreyer, ex-designer do Grupo Volkswagen, criador de ícones como o VW New Beetle (1997) e o primeiro Audi TT (1998).

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Fonte: Redação Motor1 Brasil
No Brasil, IPI atrapalhou vendas
Anunciado como “carro design” pela Kia, o modelo começou a ser vendido no país em 2009, oferecendo o propulsor 1.6 16V com opção de câmbio manual ou automático de quatro marchas. Ficou famoso pelas inserções da marca em novelas da época e teve também a responsabilidade de ser o primeiro carro da fabricante a ser oferecido com propulsor flex, em 2011.
Sua carreira, porém, foi atrapalhada pelo programa Inovar-Auto, que vigorou durante a década de 2010. Chamado de “super IPI”, o programa elevou em 30 pontos percentuais o Imposto sobre Produtos Industrializados para os importadores justamente no melhor momento de vendas da marca no país.

Foto de: Redação Motor1 Brasil

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As vendas pífias contrastavam com os primeiros anos de sucesso do modelo por aqui. Em 2011, no auge, mais de 25 mil unidades foram emplacadas. Já em 2018, durante todo o ano, foram míseros 127 exemplares.
Em 2020, o Grupo Gandini, representante da marca no país, decidiu interromper as vendas do modelo no Brasil. A alta do dólar e as baixas vendas foram determinantes para o fim da importação. Em seu lugar, desde meados de 2021, a marca passou a oferecer o SUV compacto Stonic, com sistema de eletrificação leve e motor 1.0 T-GDI.