A Stellantis estuda um movimento inédito na indústria europeia: vender na Europa um carro de origem chinesa com o logotipo de uma marca alemã. Segundo informações do jornal francês Les Echos, o grupo avalia usar o SUV elétrico Leapmotor B10 como base para um novo modelo da Opel, que seria fabricado na Espanha a partir de 2026.
A operação aproveitaria a aliança estratégica firmada em 2023 entre a Stellantis e a Leapmotor, que permite ao grupo franco-ítalo-americano produzir e comercializar os veículos da marca chinesa fora da China. A parceria também prevê o uso da tecnologia da Leapmotor em novos projetos, o que abriria espaço para o chamado “rebadging” — prática de relançar um veículo com outro emblema e ajustes de design.
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Fonte: InsideEVs.de
O Leapmotor B10, que será lançado no Brasil em breve e deve começar a ser produzido na Europa no próximo ano, é um SUV compacto de 4,52 metros de comprimento, 1,89 m de largura e 1,66 m de altura, com entre-eixos de 2,74 m. Ele oferece motor elétrico traseiro de 218 cv (160 kW) e duas opções de bateria: uma de 56 kWh (361 km WLTP) e outra de 67 kWh (434 km WLTP). A recarga rápida leva cerca de 20 minutos para passar de 30% a 80%, com potência de até 168 kW em corrente contínua.
Atualmente, o modelo é importado da China, com preços que partem de 27.900 euros (aproximadamente R$ 165 mil). Quando passar a ser produzido na Europa, o B10 deverá compartilhar linha com o Opel Corsa e o Peugeot 208 na planta de Figueruelas (Zaragoza), onde a Stellantis ainda dispõe de capacidade ociosa.

Foto de: Leapmotor
Caso o projeto avance, o novo SUV elétrico da Opel se posicionaria entre os atuais Frontera e Grandland, reforçando a oferta da marca em um segmento estratégico. Além disso, o modelo usaria a arquitetura eletrônica centralizada da Leapmotor — semelhante à de marcas como Tesla —, que permite atualizações de software mais rápidas e integração mais profunda entre os sistemas do veículo.
Embora outras marcas já tenham utilizado plataformas chinesas, como Audi (E5 Sportback), Mazda (EZ-6) e Nissan (N7), todas essas produções permanecem concentradas na China. O plano da Stellantis, portanto, marcaria a primeira vez que um veículo chinês seria fabricado e vendido com emblema europeu no próprio continente.
A Stellantis não comentou oficialmente o assunto, e os detalhes deverão ser confirmados apenas com a apresentação do novo plano estratégico do grupo, prevista para o primeiro semestre de 2026.
Fontes: Les Echos
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