Há alguns dias, relembramos a fase em que vivia a General Motors no país com a história da terceira geração do Vectra. Na época, a Chevrolet do país contava com boa parte de sua gama de produtos baseados em modelos Opel, indo desde o velho Corsa B, rebatizado como Classic, até o já citado sedã médio.
O agravamento da crise financeira global do grupo, em 2008, forçou que as divisões brasileira e europeia acabassem se divorciando. E os carros mostrados no Salão do Automóvel daquele ano mostravam bem isso.
12
Fonte: Redação Motor1 Brasil
Sai Opel, entra GM
Já sem o mesmo destaque de antes, haviam Celta, Corsa, Astra e Vectra, enquanto em destaque, a montadora norte-americana exibia com pompa o protótipo do Camaro de quinta geração, o sedã médio grande Malibu e os SUV Captiva e Traverse. Destes, apenas o Captiva acabou chegando ao mercado.
Para o mercado nacional, a Chevrolet mostrava o conceito GPIX, uma espécie de suvinho urbano, mais aos moldes do que vemos hoje nos modelos de entrada, como VW Tera, Fiat Pulse e Renault Kardian. Na época, a promessa era de que o modelo final daria origem a uma família com três novos modelos.
Visualmente, o GPIX apostava em uma grade dianteira grande e destacada, tal como o Captiva, mas faróis mais finos. Na lateral, carroceria com apenas duas portas, maior altura do solo, rodas de grandes dimensões e faróis em LED, algo pouco comum para a época.

Foto de: Redação Motor1 Brasil

Foto de: Redação Motor1 Brasil
Fotos de: Redação Motor1 Brasil
No fim, veio o Agile
O que não se sabia naquele momento, entretanto, era qual seria a intenção daquele conceito quando finalmente chegasse às ruas. Ao contrário do pequeno SUV exibido no salão, o carro final se transformou em um hatchback mais alto, com cinco portas, nos moldes do que a concorrência já oferecia na época, como o VW Fox. Nascia ali o Chevrolet Agile.
Mas o que mais chamava atenção, sem dúvida, eram as proporções gerais. Se o conceito apresentava linhas harmônicas, ainda que um tanto exageradas, o Agile ganhou faróis dianteiros grandes que avançavam para os para-lamas e uma grade de proporções exageradas, mais parecida com a de uma picape S10 do que com a de um hatch compacto.

Foto de: Redação Motor1 Brasil
Nas proporções gerais, o Agile era relativamente grande para a categoria, contando com 2,54 m de entre-eixos, 3,99 m de comprimento, 1,47 m de altura e capacidade para 327 litros no porta-malas, mais até mesmo que a atual geração do Onix.
Como o projeto nasceu em uma época difícil para o grupo, a escolha para motorização, suspensão e plataforma também recaiu para o que estava disponível na prateleira. No caso, a base 4300, nascida no Corsa dos anos 1990, que por aqui estava sempre em conjunto com o propulsor 1.4 flex naturalmente aspirado da Família I da GM, com 99/105 cv de potência e 13,2/13,4 kgfm de torque.

Foto de: Redação Motor1 Brasil
Apesar de trazer algumas tecnologias e comodidades interessantes para a época, como o ar-condicionado manual cm visor digital, iluminação azul no painel de instrumentos e espaço interno maior do que os veteranos Corsa e Celta, ainda sim era visível que o modelo nascia com proposta de baixo custo.
Sua missão era servir como um “meio-caminho” até que a nova geração de compactos da marca chegasse, em 2012 com o Onix. Até lá, o Agile seguraria as pontas como novidade em meio a um portfólio envelhecido. E, mesmo polêmico, cumpriu seu papel: de 2009 a 2014, quando deixou de ser importado da Argentina, o hatch vendeu 249.363 unidades no Brasil, atingindo o auge em 2011, com 73.260 carros emplacados, figurando entre os mais vendidos do segmento.
Queremos a sua opinião!
O que você gostaria de ver no Motor1.com?
Responda à nossa pesquisa de 3 minutos.
– Equipe do Motor1.com