Não parece, mas o menor Citroën já vendido no Brasil, o C3, tem mais de duas décadas. Hoje em sua terceira geração e com família completa, o hatch de entrada da marca francesa acaba de atingir um novo marco: 100 mil unidades produzidas na planta de Porto Real (RJ).
Inicialmente, o Citroën C3 foi inspirado no clássico 2CV e era uma versão mais descolada – e arredondada – do Peugeot 206, seu irmão de plataforma que também era feito na fábrica fluminense. Na época, ocupava um posicionamento bem diferente do atual, apostando apenas nas motorizações 1.4 e 1.6 16v. Junto do VW Polo e do já citado Peugeot, ajudou a criar a categoria de “compactos premium”.
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Um dos primeiros compactos premium
O Citroën C3 original chamava atenção pelo nível de equipamentos, especialmente para o início dos anos 2000. Todas as versões vinham pelo menos com direção assistida, ar-condicionado e trio elétrico, podendo trazer ainda teto solar, painel digital e computador de bordo.
No fim de 2005 e início de 2006, o Citroën C3 entrou para a era dos motores flex, primeiro com o 1.6 – que chegava a 113 cv e 15,8 kgfm – e, depois, com o 1.4 de 82 cv e 12,6 kgfm. Na mesma época, chegava a versão aventureira XTR, com apliques na carroceria para acompanhar a moda do momento.
Um leve facelift foi aplicado ao Citroën C3 no fim de 2008. Em 2011, o hatch recebeu o câmbio automático de 4 marchas com o motor 1.6, o polêmico AL4, também usado pela Peugeot. A maior mudança viria em 2012, com a chegada da segunda geração.
Para-brisa gigante
Nesta nova encarnação, o Citroën C3 tentava se afastar da fama de “fofinho” – algo que agradava muito ao público feminino na primeira fase, mas nem tanto ao masculino. A própria direção da empresa chegou a mencionar que a maioria esmagadora dos compradores era de mulheres.
O design do Citroën C3 passou a ser mais robusto, ainda que mantivesse linhas curvilíneas quando comparado aos rivais. Nessa época, o carro aposentou o motor 1.4 e adotou um 1.5 aspirado nas versões de entrada, mantendo o 1.6 16v nas configurações superiores.
O grande destaque do C3 era o para-brisa panorâmico, semelhante ao das minivans da marca, chamado Zenith. Segundo a Citroën, ele ampliava em 80° a visibilidade dianteira em relação aos vidros convencionais.
Em 2017, já na linha 2018, o Citroën C3 finalmente abandonou o câmbio AL4 e passou a contar com uma transmissão automática Aisin de 6 marchas. Sua última novidade dessa geração foi a série Urban Trail, uma nova opção aventureira com teto bíton e molduras nas caixas de roda, vendida até meados de 2021.
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Fonte: Citroën
Geração atual foca em preço
Por fim, em agosto de 2022, chegou ao mercado a terceira geração do Citroën C3. Agora com nova missão dentro da Stellantis, o pequeno francês assumia de vez o papel de modelo de entrada, adotando o motor 1.0 Firefly da Fiat, além de apostar em baixo custo e linhas mais altas e quadradas. Pela primeira vez, o C3 gerou derivados. Foi a base da chamada “Família C-Cubed”, que deu origem ao novo Aircross – um SUV de até 7 lugares – e ao Basalt, um SUV cupê de entrada.
Para a linha 2026, o trio derivado do Citroën C3 recebeu melhorias principalmente nos equipamentos. Como resposta às críticas sobre acabamento simples, todos passaram a contar com área revestida em couro no painel central. No C3, a marca corrigiu ainda a ausência do conta-giros no painel digital. E a versão aventureira XTR voltou ao catálogo, agora com motor 1.0 aspirado.
Hoje, o C3 hatch é vendido pela Citroën em cinco versões. A mais barata, Live 1.0 MT, parte de R$ 83.990. Já a topo de linha, You!, custa R$ 109.990 e é a única equipada com o motor 1.0 T200, compartilhado com modelos da Fiat e da Peugeot.
