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acabar com os fusíveis de seu carro

A General Motors diz que está tentando criar “o carro do futuro”. Ele será movido por software constantemente atualizado, cheio de recursos avançados e cada vez mais autônomo. Mas, diante das tendências recentes nos Estados Unidos e em outros mercados, está claro que parte desses carros do futuro ainda rodará com motores a combustão.

Enquanto grande parte da indústria automotiva busca formas novas, tecnológicas e de menor custo para produzir veículos elétricos, a GM quer aplicar a mesma lógica também aos carros a gasolina. Mais do que isso, a montadora trabalha em uma arquitetura elétrica e de software única, capaz de servir de base para toda a sua linha — de compactos a combustão vendidos na América Latina até SUVs elétricos Cadillac de grande porte.

“Em 2028, lançaremos nosso próximo sistema de computação centralizada, começando pelo Cadillac Escalade IQ”, afirmou David Richardson, vice-presidente sênior de Engenharia de Software e Serviços da GM. “É uma tecnologia independente de propulsão, o que significa que funcionará tanto em veículos elétricos quanto a combustão… e o ganho será enorme.”

Executivos e engenheiros explicaram no evento GM Forward, em Nova York (EUA), que essa tarefa está longe de ser simples. Mas, se conseguirem concretizá-la, poderão levar ao mundo dos carros a gasolina as principais vantagens do desenvolvimento dos elétricos — veículos com menos peças, menor necessidade de manutenção, menor consumo de energia e custos operacionais mais baixos.

E, em alguns casos, isso pode até significar o fim das tradicionais caixas de fusíveis.




Foto de: General Motors

Da fiação à “arquitetura zonal”

A GM chama essa solução de “arquitetura de computação centralizada”. Para entender sua importância, é preciso relembrar como os sistemas elétricos dos carros evoluíram.

Os primeiros módulos de controle do motor (ECUs) surgiram junto com a injeção eletrônica de combustível, popularizada nos anos 1980. Com o avanço da tecnologia, vieram novos módulos: freios ABS, climatização, multimídia, navegação, sistemas de segurança, vidros e travas elétricas, cada um produzido por fornecedores diferentes, com pouca comunicação entre si.

Era um processo fragmentado — como montar algo a partir de um balde de Legos misturados, em vez de usar um conjunto projetado para funcionar de forma integrada.




Foto de: Patrick George

Hoje, os carros mais modernos, especialmente os elétricos, já adotam a chamada “arquitetura zonal” — na qual diferentes zonas do veículo são controladas por poucos sistemas centrais. Esse conceito foi pioneirado pela Tesla e está sendo seguido por marcas como Rivian e diversas montadoras chinesas.

O modelo tradicional, chamado “baseado em domínios”, implica mais fios, mais módulos, maior complexidade de software e dificulta atualizações remotas. A abordagem zonal, por outro lado, permite atualizações rápidas e novas funções via software em todo o carro — algo que as montadoras desejam, especialmente com o alto custo das baterias pressionando margens de lucro.

A estratégia da GM: unir elétricos e combustão

Enquanto fabricantes 100% elétricos podem adotar a arquitetura zonal com facilidade, a GM enfrenta o desafio de aplicá-la também a carros a combustão, produzidos em diferentes mercados.

Segundo Gary Cygan, diretor de engenharia de plataforma da GM, a nova arquitetura centralizada reduz drasticamente o número de módulos do veículo, combinando-os em poucos componentes principais:

  • Um computador central (refrigerado a líquido) que gerencia 12 módulos tradicionais e “pensa” pelo carro;

  • Um módulo de conectividade, responsável por rádio, Bluetooth, Wi-Fi e 5G;

  • E três “agregadores”, que retransmitem sinais de centenas de sensores para o sistema central.




Foto de: Patrick George

Para o consumidor, isso representa muito. “Deixamos de usar caixas de fusíveis tradicionais”, explicou Cygan. “Essas funções agora são gerenciadas pelos agregadores.” O novo sistema também acelera a adição de recursos futuros e permite atualizações mais rápidas.

O executivo afirma ainda que isso trará redução de custos e menor complexidade, embora o impacto final no preço ao cliente ainda não seja claro. “Se compararmos as mesmas funções em ambas as arquiteturas, o custo de material é menor”, disse. “Mas estamos adicionando novos recursos, conectividade aprimorada e controle mais avançado dos circuitos do carro.”

Um desafio específico está na refrigeração do computador central.

“Nos elétricos, podemos usar o sistema de resfriamento da bateria. Já nos carros a combustão, o líquido de arrefecimento do motor é muito mais quente do que o necessário”, explicou Cygan. “Descobrir como resolver isso é um desafio.”

A estreia da tecnologia acontecerá no Cadillac Escalade IQ em 2028, e depois será expandida para o restante da linha global, inclusive em modelos já existentes, sem exigir novos projetos completos.

Cygan também acredita que a novidade melhorará a manutenção: “Há menos componentes que podem falhar, e os diagnósticos serão mais rápidos.”




Foto de: Patrick George

O futuro de software da GM

Durante o evento, a GM reforçou que enxerga seu futuro em robótica, inteligência artificial e condução autônoma. No entanto, essas tecnologias também chegarão aos carros a combustão, por enquanto.

“Teremos veículos sempre atualizados, com dez vezes mais atualizações de software que o sistema anterior”, disse Richardson. “Significa um sistema autônomo que reage em milissegundos, uma rede veicular com mil vezes mais largura de banda, capaz de oferecer conectividade ultrarrápida, entretenimento avançado e suporte a cargas de trabalho de IA. É um salto para um carro que pensa e reage como um só.”

Além disso, a GM aposta que a padronização do software entre todos os modelos reduzirá custos. Mas, como toda nova plataforma digital, resta saber se o sistema será estável e confiável desde o início — a própria marca já enfrentou problemas em lançamentos anteriores.

De qualquer forma, o recado é claro: mesmo que os motoristas ainda não estejam prontos para abandonar os motores a combustão, seus próximos carros trazerão aprendizados vindos dos elétricos.

Afinal, os grandes planos da GM em autonomia e software dependem exatamente disso.

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