O mercado automotivo chinês está colocando no “paredão” muitas das dezenas fabricantes de automóveis locais. Quem conseguir vender mais, fica. Mas quem ceder à pressão, corre o risco de sair definitivamente do jogo.
É isso que prevê o CEO da XPENG, He Xiaopeng. “O período de 2025 a 2027 marca a rodada de eliminação na indústria automotiva”, disse o executivo em um comunicado aos funcionários.
O motivo é a guerra que se criou no segmento de carros elétricos. Muitas montadoras — em sua maioria startups — surgiram nos últimos anos querendo aproveitar o “boom” de consumo. Logo, há uma oferta gigantesca de diferentes marcas e modelos para o público, gerando uma disputa de preços. As empresas que podem, estão baixando o valor dos seus carros (em muitos casos, sem se importar com a lucratividade) na tentativa de vender mais que os concorrentes.
É a primeira vez que um executivo chinês fala abertamente sobre esse assunto, que já vem sendo repercutido há algum tempo. Em 2024, por exemplo, o CEO da Mercedes-Benz, Ola Källenius, comentou sobre a situação dos chineses: “É uma guerra de preços darwiniana, um abalo no mercado. E muitos dos players que existem agora não existirão mais. Muitos deles não existirão mais em cinco anos”.
Essa guerra vai se intensificar neste ano. A própria XPENG tem como meta tornar-se lucrativa, algo que muitas — inclusive ela própria — ainda não conseguiram. O único jeito é vender mais que as concorrentes.
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Partindo desse princípio, He Xiaopeng e sua equipe podem estar no caminho certo. Em 2024, a montadora conseguiu um bom aumento em suas vendas, em especial, no último quarto trimestre do ano.
A montadora vendeu 190.068 unidades no ano passado, contra pouco mais de 140.000 em 2023. 2024, apesar de não ter começado bem, terminou com um verdadeiro “boom” nas vendas, com a montadora vendendo mais de 90.000 carros no último trimestre – no trimestre anterior, foram menos de 50.000.

Em entrevista dada em março do ano passado à CNA, de Cingapura, Xiaopeng disse que “de 300 startups, apenas 100 sobreviveram”. O CEO ainda acrescentou dizendo que “nos próximos dez anos restarão apenas sete grandes empresas automobilísticas”.
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Seguindo essa lógica, sobram poucas vagas para os sobreviventes desse “mata-mata”. A BYD, maior da China, já tem sua sobrevivência garantida. Ano passado, ela se tornou a líder em vendas do mercado chinês, superando a tradicional SAIC, outra que não deve correr riscos. Mas só o tempo dirá quais preencherão as demais vagas.