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BFGoodrich, agora com produção no Brasil, lança pneu todo-terreno KO3

A BFGoodrich está fabricando pneus no Brasil — uma grande mudança para uma marca de 155 anos que sempre concentrou sua produção nos Estados Unidos. Desde janeiro, os pneus All-Terrain T/A KO3 para picapes e utilitários 4×4 vêm sendo feitos em Resende (RJ), na mesma unidade de onde também saem os pneus Michelin para carros de passeio (a BFGoodrich foi comprada pela companhia francesa em 1990). As vendas começam nesta semana.

A ideia é que os BFGoodrich produzidos em Resende atendam à América Latina e Europa. Outra unidade, na Tailândia, faz pneus para países asiáticos, enquanto a matriz, nos EUA, ficará centrada em seu próprio país. Ainda assim, os KO3 “made in Brazil” também serão fornecidos à Ford norte-americana para equipar as Ranger Raptor e F-150 Raptor.

E, antes que imaginem coisas, não se trata de alguma resposta relâmpago ao tarifaço de Trump. O projeto de fazer os BFGoodrich (iniciais do fundador Benjamin Franklin Goodrich) em Resende teve início há 8 anos. Essas coisas demoram mesmo… 



Foto de: BFGoodrich

O KO3 nacional chega para substituir o KO2, um dos pneus mais tradicionais da marca, lançado há 10 anos e importado dos EUA. O grande aumento da participação das picapes 4×4 em mercados como o Brasil e a Argentina tem levado os fabricantes a investir nesse tipo de pneu. Os planos também incluem produzir no Brasil o modelo Trail Terrain, o pneu de uso misto “de entrada” da marca, com desenho mais voltado para o asfalto.

No lançamento, o KO3 será oferecido em 37 medidas — número que deve chegar a 53 até o final de 2026. Na Argentina, onde estivemos para o lançamento, haverá versões desde aro 15” até 22”. Seu antecessor, o KO2, era trazido dos Estados Unidos em 44 medidas.

Os preços do KO3 vão desde R$ 1.076, no caso dos 215/65 R16 (para Toro, por exemplo), até R$ 3.418 (no caso dos 305/55 R20 da RAM 1500). Mas o forte da produção deverá ser nas medidas 265/65 R17 (para Ranger, por R$ 1.260) e 265/60 R18 (“aftermarket” para Hilux, por R$ 1.750). Esses preços são para São Paulo. Em outros estados, como o Rio de Janeiro, podem ser menores por conta dos impostos mais baixos.



BFGoodrich All-Terrain TA KO3 (3)

Foto de: BFGoodrich

O BFGoodrich KO3 chega para atender a dois tipos de público. O comprador clássico, como se pode imaginar, é o picapeiro ou jipeiro que precisa de um pneu de alto desempenho em pisos ruins, eficiente nas trilhas e que seja, ao mesmo tempo, de baixo ruído e durável no asfalto — afinal, para chegar aos lugares mais bonitos e inexplorados é preciso rodar milhares de quilômetros.

Nesse ponto, os BFGoodrich são reconhecidos como pneus extremamente resistentes a cortes e bolhas em terrenos acidentados, mas que também sofrem pouco desgaste em rodovias pavimentadas (seguidas vitórias no Rally dos Sertões, no Baja 1000 e no Dakar provam isso).

Mas o grosso do público não chega a tanto e quer apenas um pneu alto e com um desenho mais agressivo, que realce o visual de seu 4×4. É a turma que compra uma Hilux, S10 ou Ranger e, mal sai da concessionária, já vai trocar os pneus originais por modelos off-road 265/65 R18 ou 285/65 R18 que deem uma estética “mais robusta” à picape — mesmo que seus percursos habituais sejam levar as crianças à escola ou ir ao shopping.

Por incrível que pareça, esse público que o jargão do marketing chama de “aspiracional” forma cerca de 90% dos compradores de pneus como o novo KO3. Não à toa, as vistosas letrinhas brancas nas laterais são a opção de nove entre dez compradores.

Outra questão curiosa é que o desenho de um pneu conta com proteção legal por um período de cinco anos. Depois disso, é comum que “fabricantes genéricos” asiáticos passem a copiá-lo (o que já vem acontecendo com o KO2). Com o lançamento do KO3, a BFGoodrich espera ter um visual exclusivo ao menos por um tempo…



BFGoodrich All-Terrain TA KO3  (8)

Foto de: BFGoodrich

A missão dos fabricantes, portanto, é fazer pneus eficientes na terra, na areia e na lama, mas que também sejam confortáveis para quem busca apenas dar um realce nas linhas da picape. 

A imensa maioria das picapes vem de série com pneus H/T, sigla de highway-terrain, com uso mais voltado para o asfalto do que para a terra. Pode-se dizer 80% asfalto e 20% off-road (ou 70%/30% em alguns casos).

Já os pneus M/T — de mud-terrain, ou terreno enlameado — são voltados para o off-road radical, numa proporção de 20% asfalto e 80% fora de estrada. Na utilização normal, contudo, têm rodar duro e ruidoso, além de serem bem mais caros.

Foi por isso que, em 1976, a BFGoodrich desenvolveu os pneus A/T (all-terrain), um meio-termo entre os H/T e os M/T. Oferecem bom desempenho na condução diária, na maioria das condições climáticas e em terrenos de terra ou lama. Se você costuma trafegar por vias pavimentadas, estradas de cascalho e caminhos de terra, os pneus A/T — que são 50%/50% — podem ser a escolha ideal.

Essa faixa dos A/T tem poucos representantes no Brasil. Um deles é o General Grabber A/T, importado pela Continental. A Pirelli tem o Scorpion All Terrain Plus, a Bridgestone vende o Dueler A/T Revo2, e a Goodyear oferece o Wrangler Territory AT. Graças aos preços mais baixos, a chinesa Xbri vem ganhando espaço com seu Forza A/T — e já promete ter uma fábrica no Brasil.



BFGoodrich All-Terrain TA KO3  (10)

Foto de: BFGoodrich

O enorme desafio de fazer um pneu que sirva bem a todo tipo de uso começa pelos compostos de borracha, que têm que continuar maleáveis na medida certa para garantir tração mesmo quando submetidos ao frio intenso e ao gelo (situações em que a borracha tende a se tornar mais rígida).

Na construção de um único tipo de pneu, podem ser usados até 185 materiais diferentes. Nessa combinação química entram nanopartículas formuladas, entre outras funções, para reduzir o desprendimento de matéria ao longo do uso, diminuindo o desgaste.

Para encarar todo tipo de piso, um dos principais pontos é a escultura da banda de rodagem, que tem que drenar bem a água, além de expulsar rapidamente lama e pedrinhas de suas ranhuras, num efeito autolimpante.

O desenho dos “biscoitos” precisa se desgastar de forma uniforme, mantendo sua eficiência — sem provocar flexões indesejadas ou ruídos com o passar do tempo. Também é preciso manter a capacidade de tração e frenagem, sobretudo no molhado. E, complicando ainda mais a situação, há proprietários que “chipam” as picapes e rodam a velocidades muito maiores que as previstas originalmente.

As ranhuras dos ombros dos pneus descem até as laterais, ajudando a manter a tração quando o veículo anda inclinado em um barranco ou em uma vala, como pudemos experimentar na prática, guiando numa pistinha off-road usada para o lançamento do KO3, a 60 km do centro de Buenos Aires, na Argentina.

Em alguns momentos, parecia que a picape (no caso, uma Hilux) ia ficar pelo caminho. Mas, à medida que os pneus iam cavando lentamente o solo enlameado e encontrando algum ponto mais firme, conseguíamos sair da enrascada mesmo sem apelar para a reduzida.

A borracha dos ombros também se estende pelas paredes laterais, aumentando a resistência a cortes e perfurações, mesmo quando se baixa a pressão para vencer terrenos difíceis. Segundo o fabricante, o KO3 é 20% mais resistente nas estradas de cascalho, chegando a ser 15% mais durável no longo prazo em comparação ao antecessor KO2. E mais: no percurso de testes no asfalto (um bate e volta interminável entre Resende e o Rio de Janeiro), o pneu rodou 160 mil quilômetros antes de chegar ao fim de sua vida útil.

Na apresentação, o KO3 mostrou seu desempenho na areia, na terra, na lama e no charco. Pena que não pudemos rodar muito no asfalto, para avaliar o ruído de rolagem — afinal, segundo a BFGoodrich, este será o principal ambiente da maioria dos compradores.

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