A Mercedes-Benz prepara uma ofensiva inédita em sua linha de produtos: serão 18 lançamentos em 2026 e outros 14 em 2027. A maioria será composta por reestilizações e novas gerações, mas também há inéditos a caminho. Mesmo com cerca de 40 variantes de carroceria, o CEO Ola Källenius não descarta ampliar ainda mais a gama.
“Será que ainda existem mais nichos? Não vou excluir essa possibilidade. Se acreditarmos que há demanda, vamos em frente. Na Mercedes-Benz, comemos, dormimos e respiramos carros”, disse ao Auto Express. Apesar do entusiasmo, ele reforça que não há espaço para devaneios sem retorno: “Também somos um negócio. Precisa haver uma justificativa econômica.”
Mercedes SLC Edição Final
A fala contrasta com o momento atual da marca, que vem enxugando seu portfólio. Modelos como SLC, CLS e o conversível da Mercedes-AMG GT já saíram de cena. Classe T e Citan estão sendo descontinuadas, enquanto os cupês e conversíveis das linhas C e E foram fundidos na nova família CLE. A minivan Classe B deve sair de linha até 2026. Apesar das baixas, a alemã segue na contramão de outros grandes grupos automotivos, que reduzem suas linhas diante da queda nas vendas e da iminente proibição dos motores a combustão na Europa.
Houve também recuos. O Classe A, modelo médio disponível como hatch e sedã, estava previsto para sair de linha em 2026, mas teve sua produção estendida até 2028. Segundo Jörg Burzer, chefe de produção, “segue muito popular, especialmente na Europa”. Ele continuará à venda ao lado do novo CLA, que terá carrocerias sedã e perua, ambas com opções a combustão e elétricas.
Mercedes-Benz Classe A terá sobrevida
Rumores sobre o fim de GLC Coupé, GLE Coupé e até das peruas da marca circularam nos últimos anos. Mas o lançamento da nova geração do CLA Shooting Brake indica que esse tipo de carroceria ainda tem fôlego dentro da estratégia da Mercedes-Benz.
Outra mudança será a fusão entre modelos elétricos e a combustão. O EQS, lançado como topo de linha da gama elétrica, será descontinuado após uma geração. Descrito por Gorden Wagener como um carro “lançado dez anos antes da hora”, ele dará lugar a um novo Classe S, que terá versões a combustão e elétrica.
Entre os lançamentos confirmados estão as versões elétricas de Classe C e GLC, além de um sedã e um SUV totalmente elétricos da Mercedes-AMG. A marca também desenvolve o “Little G”, uma versão menor do Classe G, com opções térmicas e elétricas.
A Mercedes-Benz também mudou sua estratégia de eletrificação. Källenius reconheceu que a adoção de elétricos tem sido mais lenta do que o previsto, o que levou à extensão da vida útil dos motores a combustão:
“Os motores a combustão eletrificados de alta tecnologia vão durar mais do que prevíamos. No cenário atual, a abordagem mais racional para uma fabricante estabelecida é manter as duas tecnologias ativas.”
