A Renault apresentou na Argentina uma criação tão curiosa quanto simbólica: uma limusine conversível baseada no utilitário Kangoo, desenvolvida por funcionários da fábrica de Santa Isabel, em Córdoba (ARG). O modelo, batizado de Kangoo Limo, foi revelado no último dia 23 de junho, como parte das comemorações pelos 70 anos da planta.
A criação única será utilizada para transportar visitantes – especialmente estudantes – em passeios guiados pelas instalações da marca. O resultado lembra em parte o que a Volkswagen já fez aqui no Brasil em algumas ocasiões com o Fusca e mais recentemente com um Virtus.
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Fonte: Motor1 Argentina
Atualmente, as visitas à planta estão suspensas devido à preparação para o Projeto Niagara, nome que batiza internamente a próxima grande aposta da Renault na América do Sul: uma inédita picape intermediária, com lançamento previsto para 2026.
“Nossa equipe da Fábrica Santa Isabel fez esse Kangoo Limo para que as crianças possam visitar a fábrica. Assim que a produção da nova picape começar e reabrirmos para visitas, ele estará pronto para acompanhá-los”, afirmou Pablo Sibilla, presidente da Renault Argentina.
Baseado em um Kangoo argentino da geração atual – que é derivado do Dacia Dokker, e não do modelo europeu, o Kangoo Limo teve o chassi cortado e alongado, resultando em quase 4 metros de entre-eixos. Isso permitiu instalar duas fileiras extras de bancos, elevando a capacidade para 11 passageiros.
O carro mantém para-brisa, portas e janelas, mas dispensa o teto, criando uma experiência ao ar livre. O interior é simples e funcional, com bancos voltados para frente e sem os luxos tradicionais de uma limusine, como couro, iluminação ambiente ou divisória entre cabine e passageiros.

Foto de: Motor1 Argentina
O visual é chamativo, mas há detalhes improvisados, como molduras de borracha desalinhadas, que reforçam o caráter experimental da conversão. Sob o capô, o modelo segue com o motor 1.6 SCe e câmbio manual de 5 marchas, que para o Brasil adota configuração flex.

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Niagara vem aí
Enquanto celebra sete décadas de operação, a planta de Santa Isabel já se volta para o futuro. O próximo grande passo será a produção da nova picape derivada do Projeto Niagara, que utilizará a plataforma modular RGMP, a mesma do Renault Kardian e do futuro SUV médio Boreal, que será lançado em julho.
A nova base foi projetada para suportar veículos entre 4 e 5 metros de comprimento e entre-eixos de 2,6 a 3 metros, com estrutura compatível com sistemas híbridos, tração 4×4 e arquitetura eletrônica de última geração.

No caso da picape, tudo indica que as medidas serão de 4,90 metros de comprimento e 2,95 metros de entre-eixos – dimensões que a colocam diretamente na mira da Fiat Toro, Ford Maverick, Ram Rampage e Chevrolet Montana.
A produção será de aproximadamente 65 mil unidades por ano, das quais 70% serão destinadas à exportação. O Brasil será o principal mercado externo da caminhonete, concentrando a maior parte das vendas fora da Argentina. Os 30% restantes do volume ficarão no próprio mercado argentino.

Com o fim da produção da Nissan no mercado vizinho, a Renault também se prepara para deixar de produzir a picape média Alaskan. Com isso, o foco estratégico da marca agora se concentra na picape intermediária, que assumirá protagonismo na nova geração de veículos desenvolvidos para a região.
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