O sistema start-stop — aquele que desliga o motor do carro em paradas curtas, como semáforos e engarrafamentos — é, para muitos motoristas, uma das funções mais irritantes dos carros atuais. A ideia é simples: enquanto o motorista mantém o pé no freio, o motor desliga por alguns segundos, mas sistemas essenciais como o ar-condicionado e o rádio continuam funcionando. Ao tirar o pé do freio, o motor religa automaticamente.
Introduzida pelas montadoras como forma de melhorar suas metas de emissão (e não necessariamente o consumo para os proprietários desses veículos), essa tecnologia pode estar os dias contados, pelo menos nos EUA. O novo chefe da Agência de Proteção Ambiental dos Estados Unidos (EPA), Lee Zeldin, publicou no X (antigo Twitter) que a agência está “consertando” uma função que, segundo ele, “todo mundo odeia”.
Foto de: Jeep
O sistema stop/start não é nenhuma novidade. Surgiu ainda nos anos 1970, ganhou força nos anos 1980 e só se popularizou de fato a partir dos anos 2010. Embora nunca tenha sido obrigatório, cerca de 65% dos carros novos vendidos nos Estados Unidos vêm com o recurso instalado, segundo dados da Axios — acima dos 60% registrados em 2022.
Apesar do incômodo, o sistema tem seus méritos. Documentos da própria EPA (alguns já retirados do ar) apontam que ele ajuda a reduzir as emissões de CO₂ em média de 518 mililitros por quilômetro para a frota. Já um estudo do Departamento de Energia dos EUA mostrou benefícios reais na redução de emissões e no consumo de combustível, enquanto a SAE International estima melhora de até 26,4% no consumo urbano com o sistema ativado.
Foto de: Mario Villaescusa / Motor1.com
O que ainda não está claro é como exatamente Zeldin e a EPA pretendem “corrigir” essa tecnologia — a não ser que planejem eliminá-la de vez. A agência deve divulgar mais detalhes nos próximos meses. Até lá, a solução será a mesma que já fazemos por aqui: desligar o sistema toda vez que entramos no carro, quando disponível.
