Há 49 anos, nascia na cidade de Betim o primeiro polo industrial da italiana Fiat no país. A montadora estreou na região produzindo o pequeno 147, um compacto de 3 portas que inovava ao trazer motorização transversal, tração dianteira e propulsores a água em uma categoria que ainda tinha forte influência de modelos como o VW Fusca.
A planta foi responsável também pelo primeiro carro movido à etanol produzido em massa no Brasil, em 9 de julho de 1979. O modelo ganhou carinhosamente o apelido de “Cachacinha”, devido ao odor característico exalado pelo escapamento, o modelo é um marco importante para a engenharia automotiva brasileira, que intensificou o foco no desenvolvimento de tecnologias para veículos mais eficientes e menos poluentes.
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Fonte: Motor1 Brasil
Em 1984, chegava o Fiat Uno, um projeto de origem europeia e o primeiro com foco global da italiana. Sua construção, entretanto, era bem diferente do seu homônimo vendido no Velho Continente.
Por aqui, utilizava a mesma suspensão independente do 147, no lugar do eixo de torção do Uno europeu. As adaptações também levaram o estepe para o capô, além de pequenas modificações nos para-lamas.
Fiat 147 estreou em 1976 e foi 1º movido a etanol do mundo
Foto de: Motor1 Brasil
Fiat Uno, de 84, ganhou fama de robusto e durou até 2013
Foto de: Motor1 Brasil
As mudanças deixaram o modelo mais adaptado e robusto para as vias públicas disponíveis em sua época. Assim como o 147, foi responsável pela estreia de derivados picape, sedã e perua, além de versões esportivas como a linha R e o Uno Turbo, de 1994. Sua fama de inquebrável o levou a sobreviver ate mesmo ao lançamento do seu sucessor, o Fiat Palio, em 1996.
Por falar em Palio, o modelo, fruto do projeto 178, é considerado um modelo global, ainda que tenha sido desenvolvido no Brasil e com foco em mercados emergentes. Entre suas derivações, gerou o sedã Siena, a perua Weekend e a picape Strada.
Considerado global, Fiat Palio chegou em 1996 e ganhou derivações pelo mundo
Foto de: Motor1 Brasil
Na linha de médios, a planta produziu os modelos Tempra, que assim como o Uno se destacou por ser um dos primeiros produtos feitos no país a contar com propulsor turbo, a linha Marea, durante a década de 2000, que tinha propulsores de cinco cilindros entre suas configurações.
Na década de 2010, o principal modelo desenvolvido no polo de Betim foi a nova geração do Uno, com inspirações retrô e elementos do primo Panda, vendido no mercado europeu. Todo o design do modelo buscava referências no compacto original, lançado em 1984, mas agora com cantos arredondados. É o que a marca chamava de “Round Square”, ou “quadrado arredondado”.
Na década de 2010, o principal modelo desenvolvido no polo de Betim foi a nova geração do Uno, com inspirações retrô e elementos do primo Panda
Foto de: Motor1 Brasil
Em 2020, a picape compacta Strada se reinventou em 2020 ao ganhar um segunda geração, agora derivada da base MPP e compartilhando itens com os Fiat atuais (Mobi e Fiorino, além de Argo e Pulse).
Pouco depois, chegaria às lojas o primeiro SUV desenvolvido pela italiana na região, o Pulse. Trazendo alguns elementos do Argo, o modelo antecipou a nova categoria dos ”SUV de entrada”, abaixo dos principais SUVs compactos oferecidos hoje, como Jeep Renegade ou Volkswagen T-Cross.
Fiat Strada, derivada do Mobi desde 2020, é o modelo mais vendido da marca hoje
Em essência, é uma evolução dos modelos aventureiros que a empresa desenvolveu durante a década de 2000, como os Palio, Strada e Ideia Adventure.
O último modelo lançado na planta é o SUV cupê Fastback, em 2022, também com origem nos modelos compactos da marca. Ele e o Pulse foram responsáveis pelo retorno da Abarth, em suas versões esportivas, nome que já esteve presente por aqui no subcompacto 500 e no hatch médio Stilo. Também são os primeiros híbridos leves desenvolvidos e vendidos pela marca.
SUV cupê, Fiat Fastback ganhou pequenas novidades visuais na linha 26
Foto de: Fiat
Fiat Pulse, lançado em 2021, antecipou segmento hoje ocupado por Renault Kardian e VW Tera
Foto de: Stellantis
É com um Fastback Hybrid, aliás, que a Stellantis, grupo que comanda a marca italiana e também Jeep, Ram, Citroen, Peugeot e outras comemora 18 milhões de unidades produzidas. O modelo que saiu da linha de montagem foi recebido pelo CEO do grupo, Antonio Filosa, acompanhado de Emanuele Cappellano, Presidente da Stellantis América do Sul, e demais executivos e funcionários presentes.
Hoje, a fábrica é responsável por toda a linha nacional da Fiat – tirando a picape Toro, feita em Goiana – e o utilitário Partner Rapid, a versão da Fiorino vendida pela Peugeot. Com capacidade para produzir até 650 mil veículos por ano, a fábrica ocupa uma área de 2,2 milhões de metros quadrados, com mais de 900 mil metros quadrados de área construída, que fazem dela uma das maiores plantas automotivas da Stellantis no mundo.
O Fiat Fastback Hybrid responsável pelo marco de 18 milhões de unidades na planta
Foto de: Motor1 Brasil
Com mais de 4 milhões de veículos exportados para 37 países, a planta possui mais de 300 fornecedores diretos e gera 17 mil empregos diretos, mais da metade de toda a equipe de funcionários do grupo Stellantis na América do Sul.
O complexo também abriga o maior centro de produção de powertrain da América Latina, que alcançou, em junho de 2025, a marca de 2,3 milhões de motores Firefly produzidos. Além disso, o Polo Automotivo Stellantis de Betim atingiu a marca de 1,8 milhão de motores da família GSE Turbo, também produzidos na unidade.
