O que fazer quando a bateria de um carro elétrico acaba antes de chegar a um carregador? Se for em uma rodovia sob concessão, é possível chamar o reboque da concessionária. Do contrário, o jeito será chamar o seguro. Mas uma frota de Fiat Strada com bateria gigante na caçamba promete ser uma solução mais prática para esse tipo de resgate. E nós testamos esse serviço.
QUATRO RODAS percorreu quase 400 km com carros elétricos sem recarregar, para um teste de autonomia de seis carros elétricos que ainda será publicado. Quem nos acompanha no Instagram pode conferir os bastidores nos destaques. Como cada carro rodou até a bateria acabar, a picapinha eletrificada tornou esse teste o mais seguro e menos extenuante possível.
O carro de socorro usado era uma Fiat Strada com uma enorme bateria com 83 kWh de capacidade e 30 kVA de potência, a qual fornece energia para um supercharger portátil que carregou cada um dos elétricos do teste de autonomia a potência de 20 kW. Com esta capacidade, poderia recarregar o BYD Dolphin Mini duas vezes e ainda sobraria energia.
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A bateria fica selada dentro da caçamba e tem seu próprio sistema de ventilação. Já o carregador, viaja ao lado do motorista e é instalado na hora que é necessário recarregar um carro. Como as baterias armazenam energia em corrente contínua (DC), fica mais fácil garantir a recarga rápida. Se instalado em um conjunto de baterias maior, que entrega mais energia, o carregador pode carregar a até 60 kW.
Mas o pacote de baterias da Strada também precisará ser recarregado depois, como um carro elétrico. O veículo é fruto de uma parceria entre a Ultra Charge e a Plug.in, que acompanharam a maratona dos elétricos.

“Nós temos duas Stradas Power Bank na nossa frota e elas trabalham boa parte do tempo oferecendo recargas rápidas para veículos elétricos comerciais. E já fizemos alguns socorros de recarga de emergência na estrada também”, diz André Lourenço, gerente de vendas da Plug.in, que também atua na conversão de caminhões a combustão para elétricos para empresas e em infraestrutura de recarga para imóveis industriais ou comerciais.
Já a Ultra Charge é uma iniciativa da Scania por meio do programa Innovation Factory, que seleciona projetos potenciais para o mercado. Ainda em fase de testes, a empresa tem como foco ser um “Netflix de recarga de elétricos”.
“Vamos oferecer o serviço tanto por assinatura quanto avulso para qualquer dono de elétrico que queira carregar o carro onde estiver”, diz José Berretta, um dos engenheiros da Scania responsáveis pela Ultra Charge. O proprietário pode contratar o serviço por meio de um aplicativo e a empresa carrega o carro elétrico até 100% onde ele estiver, além de também poder fazer o serviço de resgate. Ambos os serviços serão oferecidos em um primeiro momento pela Fiat Strada Power Bank da Plug.in.

“O serviço que a UltraCharge-Scania está idealizando oferece mais conveniência aos proprietários de elétricos e híbridos, eliminando a necessidade de enfrentar filas para recarga ou lidar com a indisponibilidade de carregadores fixos”, destaca Matheus Texeira, outro engenheiro responsável pela operação da empresa.
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A Ultra Charge acredita que a recarga móvel resolve uma dor comum do setor: a dificuldade de instalar carregadores. “Com o serviço de recarga móvel, não há custos de infraestrutura envolvido, tornando a eletrificação mais acessível”, conclui Texeira.
Nessa fase de testes a Ultra Charge cobra R$ 3,50 por kW e o agendamento pode ser feito por meio do site oficial ou WhatsApp. “Podemos carregar tanto modelos híbridos plug-in com recarga AC, lenta, ou elétricos com recarga DC, rápida”, conta o engenheiro Thiago Tavares, também responsável pela operação da Ultra Charge.
Considerando a conveniência de carregar o carro em qualquer estacionamento ou até na garagem de casa o valor é acessível afinal a média cobrada em carregadores públicos DC é de 2,50 por kW e a Volvo chega a cobrar R$ 4,00 por kW para quem não é dono de carros elétricos da marca.