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Hyundai diz que câmbio manual, freio de mão e painel analógico vão sumir

A arte de engatar suas próprias marchas enquanto pisa em um pedal de embreagem, quem diria, está se tornando coisa do passado. Já faz algum tempo que mesmo modelos de entrada passaram a usufruir da conveniência de uma transmissão automática ou automatizada, principalmente nos grandes centros, e, segundo a Hyundai, devemos nos acostumar com eles, pois ninguém mais quer saber de câmbio manual.

A citação veio em uma entrevista recente do diretor administrativo do Centro Técnico da Hyundai na Europa para a revista Car, que chegou a discorrer sobre a dificuldade de equilibrar os custos de produção dos novos sistemas de assistência ao motorista para dois tipos de transmissão diferentes. As regulamentações de emissões, cada vez mais exigentes, também terminam de colocar os pregos no caixão do câmbio manual. 



No entanto, o ponto central da queda do manual é o enfraquecimento da demanda. As montadoras poderiam estar mais dispostas a superar esses obstáculos se mais pessoas estivessem comprando carros com três pedais. Mas não é o caso, e as coisas provavelmente vão piorar, dado o número cada vez menor de modelos de desempenho e o aumento dos veículos elétricos.

Embora essa afirmação possa parecer um exagero, a verdade é que as caixas manuais são uma raça em extinção, com apenas alguns entusiastas ainda apegados. Nos EUA, por exemplo, a taxa de aceitação do sedã Elantra N com câmbio manual foi de apenas 30% no ano passado. O restante dos compradores optou pela caixa automatizada de oito velocidades e dupla embreagem.



Hyundai HB20 1.0 Comfort 2023

Hyundai acredita que os consumidores não querem mais freios de mão manuais e painéis de instrumento analógicos

Não é só o câmbio manual

O executivo da marca coreana também acredita que os compradores não querem mais freios de mão manuais ou mostradores analógicos. Isso provavelmente faz sentido para a maioria dos motoristas com menos de 40 anos, enquanto só os mais velhos ainda sentem falta de puxar a alavanca do freio de mão e olhar para agulhas de verdade girando no painel.

Claro que sempre há exceções, mas a tendência geral é clara. E, de certa forma, nem dá para dizer que as montadoras estão oferecendo muita alternativa. Hoje, um carro novo quase sempre chega com freio de estacionamento eletrônico, quadro de instrumentos digital e câmbio automático. A própria economia de escala pesa: padronizar tudo ajuda a reduzir os custos de desenvolvimento e produção.

Ainda de acordo com o executivo, também não faz sentido chorar pelo fim dos esportivos a combustão. Para ele, muitos desses modelos do passado eram “quilômetros distantes – uma decepção” em relação ao que um Ioniq 5 N entrega hoje. Segundo sua visão, os elétricos evoluíram em apenas uma década o que os carros a gasolina levaram um século para conseguir. E completou dizendo que os sons sintéticos do motor, gerados pelos alto-falantes, substituem bem o rugido de um motor a combustão.

“Não entendo essa ideia de que os esportivos de verdade estão morrendo. Se você quer ser rápido, nada supera um elétrico. Não entendo essa nostalgia”, disparou.

É lógico que dá para discordar de quase tudo isso, mas vamos colocar em perspectiva: se você está aqui, lendo o Motor1, é porque provavelmente é um entusiasta por carros. A grande maioria das pessoas, porém, não é.

E as montadoras não querem gastar dinheiro desenvolvendo recursos que pouquíssimas pessoas de fato comprariam. Isso não se sustenta financeiramente. Em uma indústria cada vez mais digital e guiada pela contenção de custos, o câmbio manual virou relíquia de nicho – querida por poucos, mas não o bastante para justificar sua permanência. Parafraseando a Ferrari: “se quiser um manual, compre um carro usado”.

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