A Audi vive um momento bem desafiador. Após encerrar 2024 com uma queda de 11,8% nas vendas globais, totalizando 1.671.218 unidades, a marca de luxo do grupo Volkswagen ainda não conseguiu se recuperar em 2025. Nem mesmo a chegada de produtos importantes, como os novos A5, Q5 e A6, foi suficiente para reverter o cenário.
Até setembro, os números continuaram negativos, com recuo de 4,8% e 1.175.765 carros entregues. O renovado Q3, por sua vez, teve pouco tempo para fazer efeito, já que sua estreia no mercado aconteceu apenas no nono mês do ano. Ainda assim, a marca já prepara mais uma ofensiva de modelos para breve.
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Fonte: Audi
Ciente de que precisa agir rápido para retomar a relevância, a Audi prepara uma forte ofensiva de lançamentos. Em um documento enviado a investidores após a divulgação dos resultados do terceiro trimestre, a marca revelou o que está por vir. Para 2026, estão previstas três estreias de peso: a nova geração do Q7, o inédito Q9 e um modelo elétrico de entrada.
Já para 2027, está confirmada a versão de produção do esportivo Concept C. O modelo conceitual tem como missão marcar uma nova fase no design e no posicionamento da marca, tal como o primeiro TT fez nos anos 90, mas os produtos que chegam antes dele ainda seguem direções mais conservadoras.
Elétricos vão ter menos prioridade
Depois de apostar alto na eletrificação e amargar o fim precoce do Q8 E-Tron junto com o fechamento da fábrica em Bruxelas (BEL), a Audi parece ter adotado uma postura mais cautelosa. O próximo Q7 manterá os motores a combustão, e o futuro Q9, ainda maior, também terá versões a gasolina.
Na Europa, é provável que as opções a diesel continuem sendo oferecidas, especialmente entre os SUVs de luxo. Mesmo com a pressão por redução de emissões, os motores TDI ainda são relevantes em categorias mais altas do mercado europeu.
Talvez o maior sinal dessa mudança de rota seja a nova postura da empresa em relação ao fim dos motores a combustão. Se antes a Audi planejava se tornar totalmente elétrica até 2033, agora o discurso mudou. O CEO Gernot Döllner já admite que os modelos a gasolina e diesel devem continuar por mais tempo, talvez até meados da próxima década.


Fonte: Edelweissspitze Panomax
Não quer dizer, entretanto, que a alemã não apostará em carros do tipo. Já está nos planos um modelo mais acessível para ficar posicionado abaixo do Q4 E-Tron e que deve funcionar como uma espécie de renascimento do antigo A2, utilizando inclusive design bem próximo, mas com foco totalmente elétrico. Apesar da promessa de inovação na mecânica, ele e os próximos SUVs ainda não vão adotar a nova linguagem visual da marca apresentada pelo Concept C.
Como os estilos são definidos com dois ou três anos de antecedência, esses lançamentos ainda seguem o design atual. A expectativa é de que mantenham elementos como faróis divididos e interiores dominados por telas amplas.

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Linha RS segue vivíssima
A divisão esportiva RS também segue nos planos. Embora a marca ainda não tenha confirmado quais receberão o tratamento mais agressivo da divisão em 2026, o próximo RS5 é praticamente certo. Como os motores quatro cilindros já foram descartados e o icônico cinco cilindros está se aposentando, tudo indica que o novo RS5 adotará um V6.
Ele deverá ter alguma forma de eletrificação, provavelmente como híbrido plug-in, para atender às rígidas normas de emissões. A carroceria seguirá em dois formatos, sedã com leve caimento cupê e perua, mantendo a tradição do que ocorria quando ainda se chamava A4.

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Fonte: Audi
Outro candidato forte para 2026 é o novo RS6, que poderá manter o V8 em versão híbrida. Faria pouco sentido se os dois modelos compartilhassem o mesmo número de cilindros. O RS6 tem um papel simbólico importante dentro da linha e, mesmo com eletrificação, é provável que mantenha uma identidade distinta.
Apesar das incertezas, a Audi ainda promete modelos RS elétricos baseados na plataforma PPE. Mas um dos mais esperados, o RS6 E-Tron, pode nem sair do papel. Há dúvidas internas sobre sua viabilidade comercial, principalmente diante da recepção fria ao Q8 E-Tron e ao mercado limitado para superelétricos de alto desempenho.
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