Nos próximos anos, muito vai acontecer na Volkswagen do Brasil. Em fevereiro de 2024, a marca alemã anunciou o complemento de seus investimentos no país em um total de R$ 16 bilhões até 2028, que incluem quatro modelos inéditos, uma nova plataforma eletrificada e o conjunto híbrido-leve que usará o novo 1.5 turbo produzido em São Carlos (SP).
Esta nova fase começa com o Tera, um SUV desenvolvido localmente para ficar entre o Polo e Nivus no catálogo da marca e na briga direta com Renault Kardian, Fiat Pulse e futuros modelos, como o da Chevrolet baseado no Onix. Feito sobre a plataforma MQB-A0, pode ser inclusive o último modelo a usar essa base como conhecemos – vamos falar disso mais adiante.
Foto de: Volkswagen
A receita dessa nova leva de SUVs menores, como o Fiat Pulse, Renault Kardian e o próprio VW Tera, tem a missão de atrair um público que ainda não compra um SUV compacto normal, mas pode ser convencido a ter em sua garagem um carro com maior valor agregado que um hatch. São como uma evolução dos antigos hatches aventureiros.

Apesar de ainda não saber os preços e versões do Tera, basta observar a linha onde Pulse e Kardian atuam para entender que o Polo perderá espaço. Hoje, boa parte das vendas do hatch estão na versão Track e a vida das demais versões pode ficar complicada ao ter que brigar com um SUV ao lado no showroom. Logo, não será surpresa se uma boa parte do catálogo se despedir, principalmente versões mais caras. Pra ajudar, o Tera deverá ter inclusive o motor 1.0 aspirado, uma faixa onde Pulse e Kardian (ainda) não estão.

A base MQB A0, usada na família Polo/Virtus/T-Cross/Nivus/Tera, nunca foi preparada para a eletrificação. Nascida como opção para modelos compactos, veio em uma época onde esse tipo de tecnologia ainda olhava apenas para modelos mais caros e refinados, mas a realidade é outra depois de quase 10 anos, já que o Polo chegou por aqui em 2017 e estreou a plataforma.

A própria VW falou sobre a MQB Hybrid durante o anúncio de 2024. Sem ainda muitos detalhes, a engenharia deve usar bastante da MQB Evo, que está no Golf MK8, com elementos mais simples, como a suspensão traseira com eixo de torção no lugar da independente. Essa nova base vai permitir não só modelos maiores, mas também a eletrificação em diversos níveis e evolução dos sistemas de condução, mais inteligentes.

Foto de: Placa Verde
As mulas da nova picape já mostram isso. Usando um Tiguan Allspace com eixo de torção na traseira, dá para esperar que ela seja o primeiro modelo a usar essa base no mercado brasileiro, com produção em São José dos Pinhais (PR), isso já confirmado pela marca. A picape também terá a honra de estrear o motor 1.5 turbo com sistema híbrido-leve e flex.

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O Tera foi o primeiro dos quatro modelos inéditos prometidos até 2028. O segundo será a picape, em uma fase de mula de testes e esperada para 2026. Os outros dois? Segundo relatos de fontes, a nova geração de T-Cross e Nivus podem se aproveitar dessa nova plataforma para crescer, se eletrificarem e evoluírem em tecnologias de condução.

Foto de: Volkswagen

Foto de: Volkswagen


Foto de: Motor1.com
Ou seja, muita coisa mudará na VW até 2028. Só este ano, a marca apresentou o Tera e ainda terá o novo Nivus GTS e a chegada do novo Jetta GLI e finalmente o Golf GTI retornará ao mercado brasileiro. O novo Taos e até mesmo o Tiguan podem dar as caras nos próximos meses.