Mesmo para uma marca de prestígio como a Bugatti, exclusividade é palavra de ordem. Para alguns compradores, ter um dos 250 Tourbillons ou um dos 500 Chirons não basta. Esses clientes, entre os mais ricos do planeta, querem algo que absolutamente mais ninguém possa ter. É para eles que a fabricante francesa acaba de lançar o Programme Solitaire.
O novo serviço retoma as raízes da Bugatti na construção artesanal de carrocerias. Ele permite que colecionadores criem um carro verdadeiramente único, feito sob medida desde a concepção até a entrega. É ainda mais restrito que o Sur Mesure, programa de personalização anunciado em 2021, que já permitia alterar pintura, acabamentos e detalhes dos modelos de série. No Solitaire, a proposta vai além e o cliente pode conceber seu próprio hipercarro praticamente do zero.
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Fonte: Bugatti
A primeira encomenda desse tipo é o impressionante Brouillard, construído sobre a plataforma W16 já conhecida dos Bugatti Chiron e Mistral. O conjunto traz chassi de fibra de carbono e alumínio, motor 8.0 com quatro turbocompressores e potência de 1.578 cv, suficiente para superar facilmente os 400 km/h.
Visualmente, o Brouillard herda muito do Mistral conversível, mas com personalidade própria. A dianteira ostenta elementos horizontais de iluminação em LED e acabamento escurecido no para-choque.
Na traseira, as lanternas em forma de seta se estendem de ponta a ponta, com o nome “BUGATTI” iluminado ao centro. O destaque é o spoiler fixo em estilo rabo de pato, de linhas elegantes.Diferente do Mistral, aqui há um teto fixo em vidro, que deixa a cabine mais clara. A coluna central, que flui da frente até a traseira, pode ser vista de dentro e reforça a sensação de continuidade do design.

Foto de: Bugatti

Foto de: Bugatti

Foto de: Bugatti
No interior, tecidos personalizados em padrão tartan se combinam a fibra de carbono verde e alumínio usinado. Bordados de cavalos, referência ao animal preferido de Ettore Bugatti, aparecem nos painéis de porta e encostos de banco. Cada assento é moldado conforme a preferência do proprietário. Até a alavanca de câmbio em alumínio traz uma pequena peça de vidro com um cavalo esculpido.
“Fazer algo parecer simples é, na verdade, incrivelmente complexo. O design precisa integrar todos os aspectos tecnológicos, termodinâmica e aerodinâmica de um hipercarro de 1.578 cv, ao mesmo tempo mantendo o ethos definido por nós e pelo cliente: o Brouillard foi imbuído de dignidade”, disse Frank Heyl, diretor de design da Bugatti.
A marca não revela o preço, mas estimativas apontam para algo em torno de US$ 30 milhões, cerca de R$ 170 milhões na conversão direta. Apenas dois exemplares serão feitos por ano dentro do Programme Solitaire, mostrando que exclusividade, aqui, é levada ao extremo.