A presença de um Porsche 911 em meio a um rali como o Sertões é, no mínimo, incomum. Ainda mais quando se trata da versão Dakar, criada para levar o esportivo mais icônico da marca para terrenos que nenhum outro 911 convencional encararia. Na edição 2025, o modelo fez sua estreia na prova, conduzido pela veterana família Piotto Vogt, formada por Fredy, Susele e o filho João Pedro.
O 911 Dakar é uma edição limitada a 2.500 unidades, desenvolvida como tributo às vitórias da Porsche em competições fora de estrada, como o Paris-Dakar de 1984 e o 959 vencedor de 1986. A ligação com o passado é visível na pintura “Roughroads”, que replica as cores históricas e substitui o patrocínio original por uma inscrição alusiva a “caminhos difíceis”.
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Fonte: Porsche
Mas não é só aparência: o carro recebeu altura livre do solo 50 mm maior que a de um Carrera, elevação extra de até 30 mm, pneus todo-terreno, reforços estruturais, proteções inferiores e modos de condução específicos para areia e cascalho.
Diário de bordo – Porsche 911 Dakar no Sertões 2025
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24 de julho – Saída de Campo Largo (PR) rumo a Goiânia (GO), ponto de largada do Sertões. Foram dois dias de estrada até chegar à capital goiana.
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26 de julho a 3 de agosto – Disputa do Rali dos Sertões 2025, com 3.482 km percorridos, sendo 2.215 km de provas especiais e 2.828 km de deslocamentos.
Etapas:
- Goiânia (GO) → Unaí (MG)
- Unaí (MG) → Januária (MG)
- Januária (MG) → Bom Jesus da Lapa (BA)
- Bom Jesus da Lapa (BA) → Xique-Xique (BA)
- Xique-Xique (BA) → Petrolina (PE)
- Petrolina (PE) → Delmiro Gouveia (AL)
- Delmiro Gouveia (AL) → Marechal Deodoro (AL)
- Largada e chegada em Marechal Deodoro (AL)
- 4 de agosto – Saída de Maceió (AL) com destino a Campo Largo (PR). Viagem de retorno feita em três dias, totalizando 3.200 km, com média de 100 km/h e consumo médio de 8,5 km/l.
- 6 de agosto – Chegada a Campo Largo.
Distância total percorrida: 7.440 km entre deslocamentos, etapas do rali e viagem de ida e volta.

Foto de: Porsche
A viagem começou em Campo Largo, no Paraná, e seguiu até Goiânia em dois dias de estrada. A partir dali, vieram os 3.482 km do Sertões, divididos em oito etapas que cruzaram Minas Gerais, Bahia, Pernambuco e Alagoas até a chegada em Marechal Deodoro. Depois, foram mais três dias de volta ao Paraná, totalizando 7.440 km rodados.
Durante todo o percurso, o 911 Dakar levou no bagageiro de teto uma barraca, roupas, comida e água, tudo o que seria necessário para passar as noites acampando. Essa adaptação era indispensável, já que no meio do sertão não há muitos lugares para comprar o que falta e a autonomia fora de estrada depende de estar com tudo à mão desde a largada.

Foto de: Porsche
Mesmo carregado, o carro manteve média de 100 km/h na viagem de volta, respeitando o limite de 130 km/h recomendado com a barraca no teto. O consumo ficou em 8,5 km/l, um resultado expressivo para um esportivo de 480 cv que enfrentou trechos de areia, cascalho e piso duro. Ao longo do caminho, muita gente parou para fotografar e perguntar sobre o modelo.
“Todo mundo queria ver de perto e tirar foto. Muita gente achava que era um carro preparado só para a gente, não sabiam que existe essa versão feita pela Porsche”, comenta o casal de proprietários.

Foto de: Porsche
Apesar de toda a preparação para o rally, o 911 Dakar segue presente na rotina do casal de proprietários. Ele cumpre as tarefas do dia a dia e, segundo contam, é tão interessante vê-lo enfrentar trilhas e trechos de terra quanto levá-lo para buscar o filho na escola. Essa versatilidade, capaz de alternar entre a poeira do sertão e o asfalto da cidade sem perder a essência de um 911, é o que faz do Dakar um carro tão especial.