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Produção de motos cresce 11% e vendas podem passar de 2 mi em 2025

A Abraciclo, associação que reúne as fabricantes de motocicletas e bicicletas no Brasil (a maioria concentrada Pólo Industrial de Manaus), divulgou os resultados da indústria para o ano de 2024.  O ano passado se encerrou com 1.748.317 motocicletas produzidas. De acordo com dados da entidade, o volume foi 11,1% superior ao registrado em 2023 e representa o melhor desempenho para o segmento em 14 anos.

“Mesmo diante de um ano bastante desafiador, onde tivemos que contornar o problema da estiagem, o crescimento do setor superou os dois dígitos. Esse resultado foi graças a um bom planejamento da indústria que permitiu que as linhas de montagem mantivessem seu ritmo de produção”, afirmou Marcos Bento, presidente da Abraciclo.



Foto de: Yamaha

 
No varejo, as vendas totalizaram 1.876.427 unidades, alta de 18,6% na comparação com o ano anterior segundo os dados da entidade. O volume foi o melhor resultado alcançado desde 2011. Em relação às exportações, as associadas da Abraciclo embarcaram 30.986 motocicletas, retração de 5,9% em relação ao ano anterior.

As motocicletas de média cilindrada registraram o maior crescimento porcentual: alta de 25,9% na comparação com 2023. No total, foram produzidas 327.746 unidades, o que representa 18,7% do total fabricado. Em números absolutos, a liderança é dos modelos de baixa cilindrada, com 1.365.323 motocicletas (78,1% do volume total). As motocicletas de alta cilindrada tiveram 55.248 unidades (3,2% da produção). Em 2024, houve um crescimento de 14,5% na produção de motocicletas bicombustíveis (que podem ser abastecidas com etanol e/ou gasolina), representando 65,3% do volume total produzido.



Royal Enfield Hunter 350 - Lançamento no Brasil

Previsões para 2025

A Abraciclo está olhando para 2025 com otimismo. Suas associadas deverão produzir 1.880.000 motocicletas em 2025, crescimento de 7,5% na comparação com as 1.748.317 unidades fabricadas no ano passado.

“Embora a conjuntura macroeconômica apresente incertezas, acreditamos que a demanda pela motocicleta poderá seguir em alta, principalmente devido aos seus atributos, como preço acessível, baixo custo de manutenção e agilidade nos deslocamentos”, avaliou o presidente da Abraciclo.

Diante desse cenário, Bento enfatiza que o grande desafio das fabricantes é continuar atendendo à crescente demanda do mercado, oferecendo ao consumidor produtos com tecnologia e recursos que garantam a segurança, qualidade e respeito ao meio ambiente. No varejo, a perspectiva é que sejam emplacadas 2.020.000 motocicletas, alta de 7,7% em relação a 2024. As exportações deverão somar 35.000 unidades, crescimento de 13%.



Honda CRF 250F 2022

Motos nacionais seriam “avançadas demais” para exportar

Analisando os dados da indústria de motocicletas nacional, o único número negativo ficou por conta das exportações. Hoje, grande parte das unidades que saem do Brasil é representado por motos off-road, não modelos para uso convencional.

Questionado pelo Motor1.com Brasil, Marcos Bento afirmou que 2024 sofreu reveses, como quedas nas exportações para mercados tradicionais, tais quais Colômbia e Austrália. Recuperando-os, os dados de exportação voltariam a crescer em 2025.

O presidente da Abraciclo ainda afirmou que há dificuldades para a exportação de motocicletas nacionais para além de desafios logísticos ou cambiais. “Nossas motos têm tecnologias mais avançadas que os países vizinhos”, disse. São itens como sistemas de controle de emissões exigidos aqui que aumentam o preço do produto e não são exigidos em países como Argentina ou a própria Colômbia. Daí a falta de competitividade das motos nacionais.

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