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Qual será o futuro das chinesas no Brasil?

Dias após o anúncio da compra de 26,4% da Renault do Brasil pela Geely, o novo CEO da operação conjunta, Ariel Montenegro, explicou em entrevista exclusiva ao Motor1.com Brasil como a parceria entre as duas montadoras será colocada em prática — e porque o Geely EX2, lançado oficialmente hoje (6/11), é o primeiro passo visível dessa nova fase.

“O caso da Geely com a Renault faz sentido porque temos conhecimento do mercado, capacidade de produção e pós-venda, e podemos usar a tecnologia da Geely para fortalecer nosso portfólio no país”, afirmou Montenegro. 

Segundo ele, a aliança já reduziu custos operacionais e permitirá lançamentos nacionais e regionais com componentes compartilhados e base produtiva em São José dos Pinhais (PR), onde a Geely agora tem acesso à estrutura do Complexo Ayrton Senna.



geely ex2 china

Foto de: Geely

“Talvez nem todas fiquem”

Durante a conversa, o executivo argentino destacou que o mercado brasileiro continua atraente para novas marcas, mas que a permanência de todas elas é improvável.

“O consumidor brasileiro está aberto para testar novas tecnologias e produtos. Ele assume o risco de uma marca ainda desconhecida, justamente pela vontade de experimentar novidades”, disse.



Geely EX2 no Brasil

Foto de: Geely

Por outro lado, Montenegro pondera que o sistema de importação, com altas tarifas para países fora do Mercosul ou do México, ainda limita a competitividade de algumas operações.

Talvez nem todas fiquem, mas por otimização podem rolar sinergias, tal qual a Geely com a Renault”, completou, em referência ao modelo de cooperação que une as duas marcas.

Segundo ele, a aliança é um exemplo de sobrevivência por eficiência, em um cenário em que nem todas as montadoras conseguem sustentar uma operação isolada. “O mercado brasileiro é exigente e caro para quem está de fora. Mas, se houver estrutura e conhecimento local, o potencial é enorme.”

Mira na BYD e redes separadas

O discurso do CEO também ajuda a explicar o posicionamento agressivo do novo Geely EX2, lançado no Brasil com preços entre R$ 119.990 e R$ 135.100 em valores especiais para o lançamento. O hatch elétrico de 116 cv e até 289 km de autonomia mira diretamente o BYD Dolphin Mini, que teve preço reduzido de R$ 122 mil para R$ 119 mil e agora conta com uma versão GL para frotistas e público PCD, podendo ficar abaixo dos R$ 100 mil.

“O EX2 mostra o que queremos fazer no Brasil: oferecer tecnologia de ponta a um preço competitivo. O consumidor quer novas opções, e nós temos uma linha que já se provou líder na China”, afirmou Montenegro, lembrando que o modelo é atualmente o elétrico mais vendido no mercado chinês.

A ofensiva elétrica também explica, em partes, a manutenção do preço do novo Renault Kwid E-Tech,  que manteve o seu carro de entrada com preço de R$ 99.990, mas agora oferecendo sistemas ADAS (pacote de assistentes à condução) de série.

Com isso, as peças do futuro da Renault e da Geely no Brasil começam a se encaixar. Segundo Montenegro, a operação da Geely no país deve usar a estrutura industrial, logística e de pós-venda da Renault, mas com concessionárias independentes. O formato seguirá um modelo bem parecido com o adotado pelo grupo Stellantis, responsável por marcas como Leapmotor, Fiat e Jeep, e que compartilham o mesmo espaço físico e gestão de grupo, mas mantêm identidade e operação separadas entre elas.

A expectativa é que, em médio prazo, a Geely inicie também sua produção local de elétricos e híbridos no Paraná, dividindo linhas e componentes com a Renault. “A ideia é combinar a escala e o conhecimento industrial de uma com a tecnologia global da outra. Isso nos torna mais competitivos e acelera a transição elétrica no Brasil”, concluiu.

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