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Quando a Stellantis e a Uber terão carros sem motorista?

A Stellantis firmou esta semana uma aliança com Uber, Nvidia e Foxconn para desenvolver e pôr em operação uma nova geração de veículos autônomos de Nível 4 — capazes de rodar sem intervenção humana — destinados a serviços de robotáxi no mundo todo.

O acordo, formalizado por meio de um memorando de entendimento, prevê que a Stellantis ficará responsável por projetar, desenvolver e fabricar os veículos, enquanto a Nvidia fornecerá a base de inteligência artificial, a Foxconn fará a integração eletrônica e de sistemas, e a Uber cuidará da operação das frotas em sua plataforma global de transporte sob demanda.

Se o cronograma for cumprido, os primeiros robotáxis da Stellantis deverão estar prontos para operação comercial por volta de 2028, começando pelos EUA — com um lote inicial de 5 mil veículos — e depois expandindo para a Europa e a Ásia.

Os novos robotáxis usarão plataformas modulares já preparadas para receber tecnologia autônoma, conhecidas dentro da Stellantis como AV-Ready Platforms. Entre elas estão a K0 (de comerciais leves como Citroën Jumpy e Peugeot Expert) e a STLA Small (que substituirá a CPM, usada hoje nos Citroën C3 e nos Peugeot 208). Essas arquiteturas permitirão incorporar múltiplos conjuntos de sensores e sistemas de segurança redundantes, um requisito essencial para o funcionamento em Nível 4.

Esses veículos serão equipados com o sistema Nvidia Drive AGX Hyperion 10, que combina o superprocessador Drive AGX Thor, o sistema operacional DriveOS e o pacote completo de software Drive AV, responsável pelas funções de estacionamento e condução autônoma.



Nvidia Hyperion l4 Uber

Foto de: Redação Motor1 Brasil

O hardware inclui câmeras, radares, sensores ultrassônicos e um lidar, processados em tempo real por inteligência artificial de alto desempenho. A plataforma é capaz de interpretar situações de trânsito complexas e reagir com precisão equivalente ou superior à humana — ao menos, é o que afirmam os executivos da Nvidia.

A taiwanesa Foxconn, parceira da Stellantis em outros projetos de eletrônica automotiva, será responsável pela integração dos componentes e pela arquitetura elétrica dos veículos, desenvolvendo soluções compatíveis com produção em larga escala.

Táxis rodarão 24h por dia

Do outro lado da operação, a Uber vai pôr os robotáxis para rodar em seu aplicativo, integrando veículos autônomos e motoristas humanos em um mesmo ecossistema. A empresa planeja iniciar as operações nos Estados Unidos e expandir gradualmente para outras regiões.

A Stellantis iniciará projetos-piloto e fases de validação ao longo dos próximos três anos, antes de chegar à produção industrial, prevista para 2028. A meta é que os novos robotáxis combinem baixo custo operacional, alta confiabilidade e fácil manutenção, atributos essenciais para veículos que devem rodar praticamente 24 horas por dia em uso compartilhado.



Robotáxi da Lucid operado pela Uber

Robotáxi da Lucid operado pela Uber

Foto de: Redação Motor1 Brasil

A empresa também acredita que o uso de plataformas modulares permitirá adaptar os veículos tanto para transporte de passageiros quanto para aplicações comerciais, reduzindo custos e acelerando a adoção global. A ideia é que as plataformas sejam flexíveis o bastante para receber futuras atualizações de software, novos sensores e diferentes níveis de autonomia conforme evoluam as regulamentações de cada país.

Hardware padronizado

O projeto faz parte do ecossistema de autonomia de Nível 4 que a Nvidia vem estruturando em parceria com várias fabricantes e startups do setor, incluindo Mercedes-Benz, Lucid, Pony.ai e Volvo. O coração dessa plataforma é o Drive AGX Hyperion 10, um conjunto de hardware e sensores projetado para padronizar o desenvolvimento de veículos autônomos e reduzir o tempo entre a prototipagem e a produção.

A empresa também aposta no uso de modelos de inteligência artificial generativa e em redes neurais de linguagem e visão (VLA), capazes de compreender o ambiente ao redor do veículo com base em trilhões de quilômetros simulados e reais. Essas redes ajudam o carro a lidar com situações imprevisíveis — como cruzamentos sem sinalização, comportamento humano errático ou alterações repentinas no fluxo de tráfego — com respostas mais seguras e adaptáveis a cada situação.



A croata Rimac tem trabalhado em um Robotáxi (1)

A croata Rimac tem trabalhado em um Robotáxi 

Foto de: Jason Vogel

Para validar a segurança e a confiabilidade desses sistemas, a Nvidia criou o laboratório Halos AI Systems Inspection Lab, que certifica produtos e softwares autônomos de acordo com padrões internacionais de segurança e cibersegurança.

A aposta nos robotáxis

Para a Stellantis, esse acesso ao mundo dos robotáxis é estratégico. A companhia vê os serviços de mobilidade autônoma como um passo para transformar carros em fontes de receita contínua, dentro do plano de expansão dos chamados carros definidos por software (SDV, Software-Defined Vehicles) — veículos cuja operação, desempenho e funcionalidades são controlados majoritariamente por inteligência embarcada, e não apenas por componentes mecânicos ou eletrônicos tradicionais. A Stellantis tem como meta gerar € 20 bilhões em receitas anuais a partir de 2030, por meio de SDVs, serviços conectados e assinaturas.

Depois de um período em que fabricantes como VW, Ford e General Motors recuaram em seus programas de robotáxis, a Stellantis aposta que a combinação entre escala industrial, inteligência artificial de ponta e um modelo de negócios consolidado — como o da Uber — pode, enfim, viabilizar comercialmente a mobilidade sem motorista.



Robotáxis da Pony-ai em parcerias com a Nvidia

Robotáxis da Pony-ai em parcerias com a Nvidia

Foto de: Redação Motor1 Brasil

— Estamos desenvolvendo plataformas preparadas para veículos autônomos para atender a uma demanda crescente. Ao firmar essas parcerias com líderes em inteligência artificial, eletrônica e serviços de mobilidade, buscamos criar uma base tecnológica capaz de oferecer mobilidade mais inteligente, segura e eficiente a um número cada vez maior de pessoas — resume Antonio Filosa, CEO do grupo Stellantis.

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