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Quando os carros ganham fantasias especiais

Fevereiro é tempo de Carnaval, e, mesmo com toda a folia, as marcas automotivas continuam com seus lançamentos planejados. Um exemplo disso é a Volkswagen, que aproveitou a temporada para revelar, pela primeira vez, seu novo SUV de entrada, o Tera.

Anunciado como o primeiro carro 100% desenhado, desenvolvido e produzido no Brasil da marca, o Tera se posiciona entre o Polo — agora voltado como modelo de entrada da marca — e os populares SUVs Nivus e T-Cross, ampliando as opções de SUVs compactos no mercado brasileiro.



Foto de: Volkswagen

Volkswagen Tera foi apresentado durante o Carnaval do Rio

Assim como o Renault Kardian e o Fiat Pulse, seus concorrentes diretos, o Tera é herdeiro de uma categoria que surgiu há décadas com o Fiat Palio Weekend Adventure, no final dos anos 1990. Na prática, ele representa a evolução dos compactos aventureiros, modelos que recebiam acessórios e detalhes das montadoras para se destacar em um mercado que ainda não contava com a grande oferta de SUVs compactos como temos hoje. Vale ressaltar que o Ford EcoSport, que praticamente “oficilializou” essa categoria no Brasil, só chegaria em abril de 2003.

No entanto, muito antes dos SUVs aventureiros, marcas e consumidores já se acostumavam a personalizar seus carros com séries e versões especiais. Vamos relembrar alguns desses modelos que marcaram época:”



Monza-Benz

Monza.. Benz?

Antes que chamem o icônico sedã da Chevrolet de xuning, é preciso entender o contexto desse primo distante do E-Class dos anos 1980. Entre 1976 e 1990, a importação de automóveis — assim como de outros produtos “supérfluos ou com similar nacional” — era proibida no Brasil. Quem queria algo diferente precisava improvisar. Foi nesse cenário que empresas especializadas em carrocerias começaram a transformar fibra de vidro em carros personalizados, dando aos modelos nacionais a aparência dos lançamentos internacionais.

Um dos exemplos mais famosos foi o Monza Benz, uma modificação feita pela LHM que deixava o médio da Chevrolet com um visual inspirado no luxuoso Mercedes-Benz. Muitas vezes, as peças adaptadas no Monza eram originais da marca alemã, trazidas por vias “não oficiais”.



Phoenix

Phoenix era ”versão nacional” do Mercedes SL W113 e utilizava motor de Opala 

Mas não era o único ”Mercedes made in Brazil” feito por aqui durante aquela época, já que a mesma LHM ainda produzia uma réplica – bem fiel, aliás – do Mercedes SL W113. Chamada de Phoenix, a versão Herbert Richards contava com mecânica de Opala no lugar do 2.8L seis em linha presente no alemão.



Um Bugre VII recém-fabricado e um II restaurado na fábrica (Foto - Jason Vogel)

Foto de: Motor1.com

As muitas vidas do Fusca 

Não é exagero dizer que os modelos refrigerados a ar — especialmente o Fusca — foram os que mais renderam variações no Brasil. Com mecânica simples e amplamente conhecida, o besouro era o preferido para transformações em jipes e buggies.

A Bugre, por exemplo, atua nesse segmento desde os anos 1970 e se tornou referência na conversão de antigos Volkswagens em veículos fora de estrada. A empresa usa apenas motor, transmissão e suspensão dos veículos fornecidos pelos clientes, instalando uma carroceria nova, feita de fibra, sobre o chassi original.



Ford Verona SR era tentativa de aproximar sedã da americana do BMW M3

Foto de: Thomas Tironi

Ford Verona SR era tentativa de aproximar sedã da americana do BMW M3



BMW M3 E36

Foto de: Thomas Tironi

Os carros da Sulam e da Souza Ramos

Chegando aos anos 1990, quando o mercado foi reaberto pelo então presidente Fernando Collor de Mello, alguns grupos de concessionários e marcas ainda continuam tentando aproximar os modelos nacionais de importados, ainda muito distantes do consumidor comum. É o caso do Ford Verona das fotos acima. 

Feito pela Souza Ramos, uma das maiores redes especializadas em veículos Ford na década de 1980 e 1990, o sedã ganhava uma estranha grade com dois rims na dianteira e dois faróis redondos que tentavam emular o visual do BMW M3 E36. Havia ainda novos faróis de milha, spoilers laterais, novo para-choque traseiro e aerofólio com break-light integrado. Como opcionais, rodas BBS aro 14 e bancos em couro. 



Audi Quattro Sulam


Audi Quattro original

Não é nem preciso dizer que a tentativa ficou só no visual, já que a mecânica permanecia praticamente a mesma, tendo somente opção de preparação no motor 1.8 AP. Entre as modificações, estavam novo comando de válvulas, cabeçote, coletores e carburadores trabalhados que resultavam em um aumento de potência de até 15% comparado ao motor standard.

Assim como a Souza Ramos, existia também a Sulam, que começou sua vida como construtora e preparadora de karts e, nos anos 1980, criou seu primeiro carro personalizado, o VW Fusca conversível. Depois dele, quase todos os modelos nacionais ganharam opção de versão Cabrio ou Targa, indo de uma gama de 147 a Opala.



Folders da Sulam

Foto de: Thomas Tironi



Folders da Sulam

Foto de: Thomas Tironi

Mas um dos seus modelos mais curiosos foi o Passat Quattro, que dava ao hatch da marca alemã ares de Audi com pacote visual completo: As colunas traseiras eram alteradas, as lanternas passavam a ser de Fiat Uno, enquanto os quebra-ventos eram retirados. Entre as comodidades, trazia itens não disponíveis no Passat comum, como bancos de couro e acabamento mais esperado. 



Fiat Palio Weekend Adventure trouxe visual fora de estrada a modelos comuns

Foto de: Thomas Tironi

Fiat Palio Weekend Adventure trouxe visual fora de estrada a modelos comuns

Aventureiros 

Durante os anos 1990, com a reabertura das importações e a chegada do Plano Real, a classe média começou a abandonar suas VW Quantum e Chevrolet Suprema, queridinhas de famílias endinheiradas, para entrar no mundo dos SUVs.

Os modelos eram vários, desde Jeep Cherokee até o nacional Chevrolet Blazer. A influência vinha diretamente do mercado americano, que começava a adotar cada vez mais utilitários baseados em picapes médias no lugar de modelos menores. 



Subaru Legay Wagon

Foto de: Thomas Tironi



Subaru Outback nasceu como forma de manter perua do Legay viva

Foto de: Thomas Tironi

Subaru Outback nasceu como forma de manter perua do Legacy viva

Até que a Subaru, em 1994, acreditando que poderia continuar vendendo sua perua Legacy para um público afeito a veículos com apelo fora de estrada, transformou o modelo familiar em um mix de SUV e perua, mantendo todas as qualidades do Legacy e aumentando a capacidade de rodar em pistas irregulares, como pedregulhos e na neve. Foi um sucesso.

Apenas alguns anos depois, em 1999, nascia a Palio Weekend Adventure. A perua da marca italiana já tinha grande apelo junto aos consumidores por trazer bom pacote de equipamentos e visual interessante (para sua época), mas a chegada de sua versão aventureira abriu as portas para todo um segmento que, assim como o Outback, ficava no meio termo entre um compacto tradicional e um SUV, dispensando o tamanho e os custos que os maiores despendiam.



Idea Adventure


Fiat Doblò Adventure

Foi também através dessa versão que a perua do Palio manteve seu apelo entre o público mesmo com o enfraquecimento – e futuro desaparecimento – das station wagons compactas. O modelo da Fiat viu alguns concorrentes nascerem e morrerem e se manteve firme até o ano de 2020.

A linha Adventure também se estendeu para alguns carros improváveis dentro da marca italiana, é o caso das minivans Idea e Doblo, que não tinham realmente aptidão fora de estrada, mas que contavam com uma ”ajudinha” do sistema de bloqueio do diferencial Locker, adicionado em toda a linha após 2009. Com ele, os modelos ganharam apelo em lugares com asfalto irregular e áreas distantes dos grandes centros.



Etios Cross

Mas alguns modelos não foram tão bem sucedidos quanto os Fiat, é o caso do Toyota Etios Cross, que exagerou na dose e contava com mais plásticos na carroceria do que carro. Na dianteira, sua moldura cromada lembrava um bigode, enquanto as cores espalhafatosas também não ajudavam no conjunto da obra. Vendeu pouco e logo saiu de linha.



Fiat Siena Sporting foi canto do cisne da primeira geração do sedã

Foto de: Thomas Tironi

Fiat Siena Sporting foi canto do cisne da primeira geração do sedã



Chevrolet Meriva SS era versão enfeitada com proposta esportiva

Foto de: Thomas Tironi

Chevrolet Meriva SS era versão enfeitada com proposta esportiva

Esportivos, pero no mucho

Detalhes em vermelho, spoilers, rodas maiores… a receita é antiga. Desde o ‘Fuscão’ e o 147 Rallye, é tradição em quase todas as marcas lançar um modelo com visual mais aspiracional, muitas vezes pegando componentes disponíveis para tentar dar um novo fôlego nas vendas – principalmente das versões tradicionais.

Veja bem, os modelos esportivados têm seu propósito: servem como chamariz para uma linha de produtos comuns e, muitas vezes, atraem clientes que não se interessariam por uma versão topo de linha com a mesma motorização, mas cheia de cromados.



Fiat Uno Sporting 1.3

Ainda que não fosse realmente um esportivo, linha Sporting presente em Uno e Palio trazia mudanças de suspensão e realmente traziam apelo aos compactos 

Essas versões geralmente tinham seu apelo com o público mais jovem, e eram comuns em modelos compactos e de entrada, como a linha Palio e Uno, que recebiam ainda mais customizações após a compra. Mas como explicar o Chevrolet Meriva SS? 

A minivan criada pela Chevrolet em parceria com a Opel nunca foi exatamente um carro com apelo emocional, sendo um carro racional para quem buscava mais espaçoso para a família ou as tralhas do dia-a-dia. A versão SS mantinha todas as características da versão comum, mas acrescentava um espalhafatoso acabamento interno em vermelho, além de spoilers e cromados na parte externa.



Fiat Siena Sporting durou menos de um ano

Foto de: Thomas Tironi

Fiat Siena Sporting durou menos de um ano

Outro esportivado que exagerava no visual era o Siena Sporting. Poucos carros têm menos apelo esportivo que o Siena; ainda assim, a montadora italiana achou que seria interessante criar uma versão com um leve veneno estético. Não vendeu muito, durando menos de um ano em produção.

Lembra de algum outro carro ‘enfeitado’ que marcou época? Deixe nos comentários.

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