A francesa Renault é uma das marcas que mais se adaptaram aos novos tempos de transição energética na Europa. Investiu forte em uma linha retrô eletrificada, com os Renault 4 e 5, mas não deixou de lado suas galinhas dos ovos de ouro a combustão, caso do Clio. Mesmo assim, acredita que não haja mais espaço para um Megane a gasolina.
Recentemente, em entrevista à Auto Motor und Sport, Guido Haak, membro do conselho responsável pelo planejamento estratégico de produtos, explica que a Renault está deixando esse papel de produtos mais racionais e com preço mais em conta para a sua subsidiária romena Dacia.
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Segundo ele, os custos elevados e a sobreposição de portfólio também tornam inviável a continuidade de versões a combustão do Megane. “Atualmente somos forçados a desenvolver, ao mesmo tempo, soluções elétricas e motores a combustão, o que gera uma duplicação não planejada em algumas áreas”, explicou Haak. Dessa forma, a nova geração do Megane seguirá exclusivamente elétrica.

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Foto de: Renault
A Renault produz o Megane E-Tech elétrico desde 2021 e encerrou a fabricação do hatchback e de seus derivados a gasolina na primavera de 2024. A estratégia agora é reforçar modelos que se destacam pelo uso inteligente de espaço, como Espace, Twingo e Scenic.
“Estamos trabalhando em conceitos com grande aproveitamento interno e alta versatilidade, porque isso é o que caracteriza a Renault e deve continuar a caracterizá-la no futuro”, explicou Haak.
Já projetos mais tradicionais, como SUVs de linhas retas ou sedãs convencionais, devem ficar restritos à Dacia. “Certamente discutimos esse assunto, mas não vejo um SUV clássico na Renault. Essa é uma questão para a Dacia. A Renault tende a preservar seu caráter de SUVs com características de outras categorias, os crossovers. O mesmo vale para os carros de passeio: estarão com a Dacia, primeiro a combustão e depois também elétricos”, completou o executivo.

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Fonte: Motor1.com
Por aqui, Renault ainda investe na combustão
Do outro lado do globo, a Renault na América do Sul entende que a transição para carros elétricos acontece em ritmo mais lento do que na Europa. A infraestrutura de recarga ainda é limitada em várias regiões e faltam incentivos robustos para estimular a produção e a compra de veículos mais limpos.
Mesmo assim, a marca mantém investimentos na eletrificação, com o Kwid E-Tech, hoje o veículo elétrico mais barato do Brasil, vendido por R$ 99.990. Há também o Megane E-Tech, comercializado em versão única EV60, atualmente oferecida em promoção por R$ 204.900.


Em breve, a francesa contará também com alguns modelos híbridos nas faixas de baixo, provavelmente utilizando o propulsor 1.3 TCe de Duster e do futuro Boreal. Além disso, realiza testes no país com o Grand Koleos, um SUV médio maior que o Megane e dotado de sistema híbrido plug-in.