Nos últimos tempos, as marcas europeias vêm dando uma grande guinada eu direção ao seu passado de forma a explorar um pouco mais sua tradição no segmento automotivo. Algo que, afinal, é o que as diferencia de montadoras estreantes do mercado asiático. Quem lidera essa corrida é a Renault, que apostou no retorno dos novos 4 e 5 E-Tech, e em breve terá ainda o Twingo. Mas ela não é a única.
A Fiat, como se sabe, também investiu pesado revisitando um modelo do seu passado recentemente. E não foi a primeira vez, já que a italiana teve uma experiência muito bem sucedida no assunto em 2007, quando ressuscitou o 500. Agora, imagens de patente na Europa mostram o que parece ser um crossover compacto com uma nítida identidade Fiat e que pode resgatar um nome bem querido dos brasileiros.
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Fonte: Fiat
A Fiat iniciou o resgate com o novo Grande Panda, que chegou ao mercado europeu em meados de 2024 e apostou forte nas heranças da primeira geração, produzida na década de 1980 e 1990. Por isso, há muitos detalhes quadrados, uso de bambu no painel, e vários outros easter-eggs divertidos para lembrar o modelo original.
Mas e se ele ganhasse a companhia de outro modelo histórico dentro da Fiat? Como se sabe, durante as décadas de 1980 e 1990 o Panda fazia dupla com nosso bem conhecido Uno na Europa. Ambos sempre guardaram muitas semelhanças visuais, mas com o Uno sempre ocupando uma posição mais elevada dentro do portfólio, concorrendo com modelos maiores e com maior potencial familiar.

Por isso mesmo, nossos colegas do Motor1.com España imaginaram como poderia ser uma nova geração do modelo. Agora pensado como um SUV urbano, o Uno adotaria linha de cintura mais alta para conquistar uma nova fatia de mercado que antes comprava hatchbacks.
Se pensarmos no portfólio atual da linha Fiat na Europa, ele faria sentido, já que no mercado europeu, o portfólio da Fiat conta ainda o Tipo, que já se encaminha para a aposentadoria. Caso saísse do papel, poderia ficar entre o Panda e o 600.
Como um filho do grupo Stellantis, ele provavelmente utilizaria a plataforma Smart Car do Grande Panda, que também é utilizada na linha Peugeot por 208 e 2008 e na Citroen por C3 e Aircross. É uma base versátil em tamanho e que pode ser equipada com propulsores a combustão, como o 1.0 firefly que será utilizado no 500 híbrido leve até os motores elétricos presentes no e-c3 e e-208.

Fiat Grande Panda flagrado no Brasil
Foto de: Instagram
Grande Panda já é testado no Brasil
Confirmado para o Brasil em março pelo CEO global da Fiat, Olivier Francois, o Grande Panda – ou qualquer que seja o nome que adote por aqui – terá grande importância para a montadora em todo o mundo. O executivo o comparou em importância à família Palio, que foi a última considerada global pela Fiat. Sendo assim, o Grande Panda é considerado importantíssimo para o futuro da italiana, e por isso ganhará ainda derivados para substituir Pulse, Fastback e a picape Strada.
Mas isso não deve ocorrer antes do fim do ciclo de vida do compacto atual da marca. Sem cravar datas, o CEO apenas disse que “chegará ao Brasil depois como um substituto do Argo, que ainda não está no fim de seu ciclo de vida.”

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Fonte: Motor1 Brasil
Uno deu adeus em 2021
Passados quase 30 anos do lançamento da geração original do Uno, a marca italiana investiu no lançamento de uma nova geração, agora exclusivamente brasileira, para seu hatchback compacto em 2010. Ainda assim, o original foi se despedir das lojas apenas no final de 2013, vítima da exigência de duplo airbag frontal e freios ABS.
Desenvolvido no Polo Automotivo de Betim, em Minas Gerais, a então nova geração do Uno chegou ao mercado tentando manter a personalidade e carisma do modelo original mas em um novo conceito, agora adaptado para a realidade dos anos 2010. Todo o design do modelo buscava referências no compacto original, lançado em 1984, mas agora com cantos arredondados. É o que a marca chamava de “Round Square”, ou “quadrado arredondado”.

Foto de: Motor1 Brasil
Durante os anos de 2010 a 2021, o modelo teve uma série de versões, sendo oferecido em carroceria de duas e quatro portas, câmbio manual e automatizado, motores 1.0 e 1.4 fire e 1.0 e 1.3 firefly, além de ter sido responsável por estrear algumas das tecnologias que só depois chegariam aos outros compactos da marca italiana.
A despedida oficial ocorreria em 2021, com a série limitada Uno Ciao, de apenas 250 unidades. A edição especial homenageava a trajetória do modelo cuja produção foi ininterrupta desde agosto de 1984 no Polo Automotivo de Betim (MG). No total, o Uno acumulou 4.379.356 unidades produzidas — e se despediu com a mesma palavra italiana que pode significar tanto “olá” quanto “adeus”: Ciao.