Nesta semana, a Volkswagen apresentou a nova geração do T-Roc. O SUV é maior que o nosso T-Cross e, na Europa, usa a plataforma do Golf e é um dos carros mais vendidos do Velho Continente. Por conta disso, sua revelação com propulsão sempre híbrida – leve ou plena – marca uma grande virada para o produto. No entanto, essa apresentação também é importante para o Brasil, mesmo que o SUV de porte médio não chegue ao nosso país.
No último dia 20 de agosto, Thomas Schäfer, CEO da VW, disse em entrevista que o T-Roc seguiu o caminho do híbrido pleno porque era uma demanda da América do Sul, onde SUV é feito. Mas o comentário foi equivocado, já que não se fabrica T-Roc na região. Ou teria sido um ato falho? Com investimentos bilionários no Brasil, incluindo aportes para eletrificação, é possível que as novas gerações de Nivus e T-Cross façam uso da tecnologia do SUV europeu também.
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Fonte: Volkswagen
Truque de Golf MK7
Você pode não lembrar, mas a sétima geração do Golf teve uma variante híbrida plug-in vendida oficialmente no Brasil no final de 2019 e em 2020. Era a GTE, versão que, em valores corrigidos para hoje, sairia por cerca de R$ 320 mil. No entanto, a Volkswagen trouxe um lote inicial de 99 unidades. Era pouco e, ainda assim, a marca teve dificuldades em vender todas. As últimas acabaram indo para locadoras.
Este Golf GTE trazia o conhecido motor 1.4 turbo da VW acoplado a um transmissão automática de 6 velocidades. Entre eles, um motor elétrico auxiliava na propulsão e poderia tracionar o carro por até 50 km de acordo com dados da época. Ele era alimentado por um conjunto de baterias de 8,8 kWh.

Foto de: Volkswagen

Foto de: Volkswagen

Foto de: Volkswagen
Voltando ao novo T-Roc, a Volkswagen revelou o SUV híbrido com uma solução muito similar. Utiliza o 1.5 turbo a gasolina TSI evo2 que recebe a companhia de um módulo híbrido. Ele agrega o motor elétrico, a transmissão de dupla embreagem com 7 velocidades e até o compressor de ar-condicionado elétrico. A bateria de alta tensão ainda não teve a capacidade total revelada, mas fica posicionada sob o banco traseiro. Da mesma forma que o Golf GTE, o T-Roc terá um motor elétrico entre o de combustão e o câmbio, provendo propulsão elétrica em algumas situações, já que não é plug-in como o hatch.
Serão duas configurações: uma com 136 cv e outra com 170 cv, ambas com torque de 31,2 kgfm. A capacidade da bateria de íons de lítio ainda não foi divulgada, mas o sistema já permite direção elétrica e promete até 15% de economia em relação ao motor a combustão. O lançamento desse conjunto está previsto para 2026 na Europa. Por aqui, o motor a combustão já deverá ser flex e pode ser produzido nacionalmente.

Supondo que a VW unificará a plataforma do T-Roc Europeu com a de Nivus e T-Cross nacionais – daí a confusão do executivo – isso pode indicar a adoção da nova base MQB Hybrid, que já confirmada para produção por aqui. Ou até uma versão adaptada da MQB-A0 atual misturada com soluções do T-Roc europeu.
Com um pacote de R$ 16 bilhões em investimentos confirmado para o Brasil até 2028, a VW deve começar a se eletrificar de forma mais série nos próximos anos. Na parte mecânica, o primeiro motor previsto é o 1.5 eTSI com sistema híbrido-leve que deve aposentar o atual 1.4 TSI. Esse conjunto com eletrificação mais simples é que marcou a estreia do novo T-Roc europeu, usando um sistema de 48V mais potente e acionado por correia, mas que consegue dar propulsão ao veículo sozinho por curtos períodos.