veja o que muda entre as gerações

Mais uma vez, a Nissan adota a estratégia de vender duas gerações do mesmo modelo em suas concessionárias. Ao mesmo tempo em que o novo Kicks 2026 chega ao mercado mais refinado para concorrer com Hyundai Creta, VW T-Cross e Honda HR-V, o Kicks Play se mantém como opção de entrada, em uma faixa onde estão Fiat Pulse e VW Tera. A Nissan fez algo similar quando o Versa ganhou nova geração e a antiga permaneceu nas lojas com o nome V-Drive.

É uma boa oportunidade para ver o quanto o SUV compacto evoluiu nessa segunda geração. Ficou maior, mais refinado e se rendeu aos motores turbo, com o 1.0 turbo de até 125 cv, ligado ao câmbio de dupla embreagem de seis marchas. Ponto a ponto, como as duas gerações se diferem em tamanho, motorização e visual?

Dimensões

Em comum, as duas gerações do Kicks só tem o nome. A que chega agora às lojas conta com 4.365 mm de comprimento (5,6 mm maior), sendo uma boa parte em seu entre-eixos, que foi de 2.620 mm para 2.655 mm (+ 45 mm). A largura aumentou para 1.800 mm (era 1750 mm, ou 40 mm a menos) e a altura agora é de 1.620 mm (+30 mm). 

O maior espaço da carroceria permitiu que a marca instalasse um tanque de combustível com maior capacidade do que a geração anterior, crítica pelo seu tamanho diminuto. A partir de agora, serão 48 litros, cerca de 7 a mais do que o Kicks Play.

Novo Nissan Kicks Platinum 2026

Foto de: Nissan

Motor 1.6 aspirado do Kicks Play

Foto de: Motor1.com

Mecânica

A novidade também desembarca com o motor 1.0 turbo flex, de 12 válvulas e três cilindros, com injeção direta, entregando 125 cv com etanol e 120 cv com gasolina, além de torque de 22,4 kgfm (etanol) e 20,4 kgfm (gasolina). 

O conjunto é fruto da parceria entre a marca japonesa e a Renault, sendo o mesmo utilizado no SUV compacto Kardian e fornecido pela HORSE. Ao contrário do que se imaginava inicialmente, o novo Kicks também utiliza o câmbio automatizado de dupla embreagem, também compartilhado pelo francês – uma novidade e tanto em relação à geração anterior.

Isso porque o Kicks sempre contou com um motor 1.6 HR16DE, e que também já estive em outros modelos da marca japonesa como Nissan March, Versa e alguns modelos da linha Renault, como a família Sandero e o SUV Duster. É um motor de 16 válvulas, aspirado, flex, capaz de entregar 113 cv e 15,3 kgfm com etanol e 110 cv e 15,2 kgfm de torque com gasolina.

Na transmissão, utiliza um câmbio do tipo CVT com 6 marchas simuladas como já era anteriormente. Porém, a chegada do nome Play e da linha 2025 trouxe algumas mudanças. A potência foi mantida, mas há alterações no torque. Caiu de 15,2 kgfm para 14,9 kgfm utilizando gasolina. Com etanol, o número caiu de 15,3 kgfm para 15,2 kgfm. 

Apesar do novo propulsor, a nova geração do Kicks ficou cerca de 0,6 segundos mais lenta do que a antiga com conjunto aspirado. Em parte, isso se deve ao peso maior, que vai de 1.322 a 1.366 kg, a depender da versão, contra 1.122 kg do Kicks Play.

Tecnologia

A nova plataforma CMF-B High Spec, modular, fez bem ao SUV, com a adição de itens de assistência à condução semiautônoma, chamado de ProPILOT. Ele utiliza câmeras, radares e sensores para monitorar o ambiente ao redor do veículo, auxiliando o motorista em diversas situações. O sistema pode controlar a velocidade, manter a distância do veículo à frente e centralizar o veículo na faixa de rodagem. Nos freios, passa a contar ainda com a discos sólidos no eixo traseiro.

No cockpit, há duas telas, uma responsável pelo multimídia, que tem 12,3”, e o painel de instrumentos, que a depender da versão pode ter 7” ou 12,3”. As duas telas se complementam, formando uma peça só. Nas portas e no resto do console há sistema de iluminação ambiente, além de uso de materiais sensíveis ao toque. Pela primeira vez no Kicks, há também teto solar panorâmico com abertura elétrica, que se estende por todo a folha superior. 

Do lado externo, as configurações mais baratas são equipadas com rodas de liga leve de 17” com pneus 215/60, a maior disponível até então na antiga geração, enquanto as mais equipadas Exclusive e Premium virão com rodas aro 19 com pneus 225/45. Outra novidade é a introdução de faróis Full LED com projetores.

A antiga geração, por ser um projeto de 2016 advindo da plataforma V, a mesma que deu origem ao March e ao Versa, já sofria para se manter atual perante a concorrência mais atualizada. Prova disso é sua multimídia, que ainda possui espelhamento somente por cabo. Entre as assistências de segurança, há apenas frenagem de emergência, enquanto o piloto automático é do tipo tradicional.

Não é algo que pese tanto em sua nova proposta de custo benefício, já que agora o Kicks Play custa o mesmo que SUVs de entrada como Volkswagen Tera e Renault Kardian, mas oferecendo maior espaço e a robustez da motorização aspirada. Entretanto, a diferença entre os dois ficará ainda mais clara quando os modelos chegarem às lojas. Lembrando que, no curto prazo, ainda deveremos ter um novo SUV entre os dois, chamado Kait, descoberto pelo time do Motor1.com Brasil em um furo global. 

O novo Nissan Kait já está em testes avançados por estradas brasileiras. Conforme flagras recentes que publicamos, o novo SUV aparece com pesada camuflagem, mas mesmo assim deixou evidente que não tem nenhum parentesco com o Renault Kardian ou até mesmo com o Nissan Magnite, ou seja, ficou claro que não terá porte menor que o Kicks Play.

Segundo a nossa fonte, o novo Kissan Kait entregará evoluções importantes para um dos segmentos mais disputados e importante do mercado brasileiro. Tudo indica que sua revelação acontecerá no próximo ano, ficando 2025 reservado para a chegada da nova geração do Kicks.