Desde outubro do ano passado, quando o Governo Federal anunciou o Programa Combustível do Futuro, flertava-se com o aumento do teor de etanol na gasolina comum vendida nos postos, passando dos atuais 27% para 30%. Em março, um teste feito pelo Instituto Mauá a pedido do Ministério de Minas e Energia (MME) mostrou que a medida era tecnicamente viável. Agora, o Conselho Nacional de Política Energética (CNPE) deu sinal verde para a mudança.
A nova mistura, obrigatória para que a gasolina comum seja vendida nas bombas, foi anunciada após a 2ª reunião extraordinária do CNPE ontem (24/6) em Brasília (DF) e que contou com a presença do Presidente Lula (PT). Além de mudanças na gasolina comum (Tipo C), o Conselho também aprovou o aumento do teor de biodiesel no diesel convencional de 14% para 15%.
3
A aprovação chega num período de clima tenso na política internacional, com conflitos no Oriente Médio pressionando o preço do petróleo globalmente e podendo gerar impactos inflacionários na economia brasileira. A presença do chefe do Poder Executivo à última reunião do CNPE mostra a relevância do tema.
Segundo o Instituto Mauá de Tecnologia (IMT), o maior uso de etanol na gasolina comum pode reduzir o uso de gasolina pura (Tipo A) em 1,36 bilhão de litros, aumentando o uso de etanol em 1,46 bilhão de litros. Segundo informações do MME, o preço do litro da gasolina comum com 30% de etanol (E30) poderá ser até R$ 0,11 menor que o do combustível atual, com 27% de etanol (E27). A medida entrará em vigor a partir de 1º de agosto de 2025, somente aí poderemos comprovar se a redução nos preços será próxima à estipulada pelo Ministério, ou até mesmo se acontecerá de fato.
Governo quer aumentar nível do etanol na gasolina para baixar preços
Foto de: Agência Brasil
Afinal, em março, quando o IMT mostrou a viabilidade técnica do uso do E30 na frota nacional, o MME esperava uma redução de R$ 0,13 no litro da gasolina comum com mais etanol, número que já foi reduzido. Além disso, o maior teor de etanol também causa apreensão em donos de veículos importados ou antigos que rodam apenas com gasolina e não foram projetados para ter praticamente um terço de etanol no combustível usado.
Ainda em março, a Abraciclo, entidade que representa as principais fabricantes de motocicletas do país também mostrou preocupação, revelando que os testes em motos revelaram mais problemas, como dificuldade de partida, em modelos que rodam apenas com gasolina. No entanto, a Abraciclo ainda se colocou como a favor do aumento do teor de etanol na gasolina.
VEJA O ELECTRIC DAYS 2025 AO VIVO!
