veja todos os modelos que terão IPI zero

Anunciado na semana passada, o programa Carro Sustentável, parte do MOVER (Mobilidade Verde e Inovação), chegou com a intenção de tentar deixar as regras e critérios para carros mais eficientes mais claras para montadoras e consumidores. A principal mudança é que os carros que se enquadrem nas exigências terão a alíquota de IPI zerada, desde que atendam a critérios ambientais, técnicos e produtivos estabelecidos pelo governo.

Segundo o decreto, para que um veículo seja considerado sustentável e receba o benefício da alíquota zero de IPI, ele deverá cumprir quatro requisitos: emitir menos de 83g de CO₂ por quilômetro; utilizar ao menos 80% de materiais recicláveis ou reutilizáveis; realizar etapas essenciais de produção no Brasil, como estampagem, soldagem, pintura, fabricação do motor e montagem; e se enquadrar em uma das seguintes categorias: subcompacto, compacto, utilitário esportivo compacto ou picape compacta. 

Até agora, cinco grupos com fábricas no Brasil enviaram ao Ministério do Desenvolvimento, Indústria, Comércio e Serviços (MDIC) pedido de credenciamento de cinco modelos de veículos de entrada para o programa Carro Sustentável. Veja a lista completa abaixo.

Onix 100 anos foi mostrado em vídeo durante apresentação dos modelos reestilizados, em 8 de julho

Foto de: Chevrolet

Surpreende entre os modelos algumas versões até então inéditas no mercado, como modelos 1.0 Turbo, tais quais o VW Polo, que deixou de ser oferecido pela marca com a chegada da linha 2026.  E o motivo é bem simples: a versão se enquadra no programa e tem IPI zerado. Só não sabemos qual será seu novo preço, pois a alemã ainda não o divulgou.

Retirado na linha 2026, VW Polo TSI com câmbio manual retornou graças ao programa de IPI Zero

Por outro lado, algumas ausências levantam dúvidas sobre a estratégia das montadoras. Há pelo menos dois SUVs 1.0 aspirados que poderiam entrar na lista: o VW Tera e o Citroën Basalt, que utilizam os mesmos motores de modelos credenciados, como o Polo e os compactos da Fiat, como Mobi e Argo.

Para os demais veículos que não se enquadrarem, o decreto estabelece um novo modelo de cálculo para o IPI, que passa a valer em 90 dias. A alíquota base será de 6,3% para carros de passeio e 3,9% para comerciais leves, podendo ser ajustada para mais ou para menos, conforme cinco critérios: fonte de energia e tecnologia de propulsão, eficiência energética, potência do motor, nível de segurança e reciclabilidade.

VW Tera MPI usa mesmo propulsor do Polo Track, mas não entrou no programa Carro Sustentável

Foto de: Volkswagen

Outra ausência é o Citroen Basalt, que também utiliza o mesmo propulsor dos populares da Fiat

Foto de: Mario Villaescusa / Motor1.com

Veículos elétricos ou híbridos com propulsão etanol-flex, por exemplo, poderão ter redução de até 2 pontos percentuais na alíquota do IPI. Da mesma forma, modelos mais eficientes, com menor potência e tecnologias de segurança — como frenagem automática de emergência — também poderão receber bônus tributários. Já veículos movidos apenas a gasolina ou diesel, ou com baixo desempenho ambiental e tecnológico, terão acréscimos na alíquota.

Segundo o governo, o novo sistema é de “soma zero”, sem impacto fiscal na arrecadação total, com validade até dezembro de 2026, quando a nova Reforma Tributária passará a vigorar.