A K.LUME Consultoria divulgou nesta semana suas projeções para o mercado automotivo brasileiro, prevendo um recuo de 6% nos emplacamentos de automóveis e comerciais leves em 2026, o que representaria um volume próximo de 2,4 milhões de unidades.
De acordo com o levantamento, o setor deve encerrar 2025 com crescimento modesto, somando 2,55 milhões de veículos vendidos, avanço de cerca de 2,5% sobre 2024. Os números parciais entre janeiro e setembro já indicam alta de 3,2%, com 1.806.568 unidades emplacadas, frente às 1.751.087 registradas no mesmo período do ano anterior.
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Fonte: Thomas Tironi
Três pilares de influência
Para o consultor Milad Kalume Neto, sócio da K.LUME, três pilares sustentam o mercado automotivo nacional: o preço dos veículos, as taxas de juros e o acesso ao crédito.
“Esses pilares estarão sob forte influência em 2026, coibindo o grande potencial industrial brasileiro nas vendas internas. Os preços estarão elevados, os juros altos e a liberação de crédito pelas instituições financeiras restrita — em melhores condições que em 2025, mas ainda muito aquém dos melhores tempos”, afirma Kalume.
A consultoria ressalta que não deve haver saltos nos preços como ocorreu nos últimos anos, mas sim ajustes próximos à inflação. Já os juros elevados devem continuar pesando tanto para o consumidor quanto para o empresariado, afetando investimentos e capacidade de financiamento.
A volatilidade cambial também entra na conta, já que a alta do dólar encarece componentes e veículos importados, pressionando margens e limitando novas reduções de preços.

BEXP: concessionária Porsche Approved
Foto de: Porsche
Eleições e Copa do Mundo devem afetar consumo
Outro fator relevante para 2026, segundo a K.LUME, é o ano eleitoral, que tradicionalmente eleva o nível de incerteza econômica.
“Em épocas de eleições presidenciais, o dólar fica historicamente instável. A eventual manutenção da moeda em patamares elevados impactará diretamente os preços dos veículos”, explica Máia Màrtins, consultora da K.LUME.
Ela lembra que a instabilidade política e econômica tende a desestimular tanto investimentos estrangeiros quanto o consumo de bens de alto valor, como automóveis. Atualmente, o ticket médio de um carro novo no país supera R$ 152 mil.
Além disso, 2026 será ano de Copa do Mundo, o que, segundo os especialistas, pode ter efeitos indiretos sobre a economia e o consumo, principalmente se a seleção brasileira avançar nas fases do torneio.
“Com todos estes elementos à mesa, um cenário possível é de retração do volume dos emplacamentos para 2026 na ordem de 6%”, conclui Kalume.
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– Equipe do Motor1.com