Não é novidade que os carros esportivos com motor a combustão estão cada vez mais raros. Com as normas de emissão cada vez mais restritivas, especialmente na Europa, muitos modelos tradicionais vêm se despedindo do mercado. Mas esse não é o caso do Volkswagen Golf GTI.
O icônico hot hatch médio da marca alemã, produzido há cinco décadas, ainda tem um bom tempo de vida pela frente. Pelo menos é o que indica o CEO da Volkswagen, Thomas Schäfer. Em uma conversa com o entusiasta da marca Jamie Orr, o executivo foi questionado se o modelo ainda tem espaço na linha cada vez mais eletrificada da empresa. Em resposta, Schäfer garantiu que o GTI a gasolina continuará à venda até a próxima década. Segundo ele, “na década de 2030, ainda teremos uma forte presença de modelos a combustão”.
Não deve ser totalmente a combustão
Nem tudo são flores, entretanto. Logo em seguida, Schäfer completou: “provavelmente um pouco eletrificado”. A declaração sugere que o GTI pode receber uma configuração híbrida em breve, algo que a marca já testou com o Golf GTE, que chegou a ter um pequeno lote importado para o Brasil em 2019.
Na época, o esportivo eletrificado era vendido por R$ 199.990, valor consideravelmente superior aos R$ 151.530 cobrados pelo GTI tradicional. O conjunto motriz unia um 1.4 TSI a gasolina de 150 cv e 25,5 kgfm a um motor elétrico de 102 cv e 33,6 kgfm, acoplado a um câmbio automatizado de dupla embreagem e seis marchas. A potência combinada era de 204 cv, com torque máximo de 35,7 kgfm.
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Seja qual for o futuro do GTI, Schäfer se referia à atual geração do modelo. A própria Volkswagen já confirmou que a nona geração do Golf, prevista para o final da década, será exclusivamente elétrica.
Kai Grünitz, membro do conselho responsável pelo desenvolvimento técnico, sugeriu no ano passado que o Mk8 poderia permanecer em produção até 2035, quando a União Europeia pretende proibir a venda de carros com motor a combustão. Com isso, a VW venderia simultaneamente duas gerações do Golf, a atual e a futura elétrica, por pelo menos cinco anos.

Volkswagen ID. GTI Concept no Salão Automóvel de Munique de 2023
E se você estiver disposto a optar pela eletricidade, a VW também prepara um GTI 100% elétrico. Schäfer afirmou recentemente que o futuro Golf GTI EV será um “monstro”, e que será seguido por um Golf R puramente elétrico.
Ambos estarão baseados na nona geração do hatch, que abandonará a plataforma MQB em favor da nova base SSP do Grupo Volkswagen. Essa nova arquitetura está sendo desenvolvida com auxílio da Rivian, que contribui com a parte elétrica e o software. O lançamento está previsto para 2029.
Apesar das boas notícias para os entusiastas, o Golf não vive seu melhor momento nas vendas. Em 2015, a VW produziu mais de 1 milhão de unidades do modelo, incluindo a versão perua. No ano passado, esse número caiu para pouco mais de 300 mil. Para 2025, a expectativa é de apenas 250 mil unidades produzidas. Segundo Daniela Cavallo, presidente do conselho de trabalhadores da marca, “a tendência é um declínio imparável”.

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Fonte: @placaverde
No Brasil, GTI MK8 retorna ainda em 2025
Independentemente de quantos anos o hot hatch ainda terá no futuro, o que já está certo é que ele ganhará uma nova leva no mercado brasileiro. A encarnação atual do modelo será vendida por aqui como importado, em uma resposta da marca alemã aos japoneses Honda Civic Type R e Toyota GR Corolla. Vale lembrar que a geração anterior era fabricada no país e se despediu em 2019, ainda na sétima geração, pouco antes da chegada da oitava nos mercados internacionais.

Foto de: Falando de Carro
De lá para cá, o hot hatch já passou por um facelift. Sob o capô, o novo GTI continua equipado com o motor EA888, o mesmo da geração anterior. Caso mantenha a potência do modelo europeu, o hot hatch deverá entregar 265 cv e 37,7 kgfm de torque máximo, contra os 230 cv e 35,7 kgfm da versão vendida anteriormente por aqui.
As dimensões externas permanecem similares às do Golf Mk7, incluindo o entre-eixos de 2,63 metros. As linhas mais suaves e o capô levemente em cunha, no entanto, conferem a impressão de um carro maior. O porta-malas também cresceu: passou de 338 para 374 litros.

Foto de: Falando de Carro
Na Alemanha, o Golf GTI Mk8,5 parte de 45.710 euros, o equivalente a R$ 294.144 em conversão direta. No Brasil, seus principais concorrentes já ultrapassam essa faixa: o Toyota GR Corolla custa a partir de R$ 416.990, enquanto o Honda Civic Type R começa em R$ 429.900.
Com isso, é provável que o novo GTI chegue posicionado em faixa semelhante, porém mais baixa. Em outros mercados o Golf GTI concorre com o Honda Civic SI. O rival do Type R é o Golf R, mais potente e com tração integral.
Fonte:
Jamie Orr / Facebook